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Fenômeno climático El Niño deverá interferir em aumento das temperaturas e atrasar chuvas

Goiânia deve ter período de estiagem prolongada

05/06/2023, às 10:19 · Por Redação

Goiânia enfrenta o risco de passar por uma seca mais severa e prolongada por conta do fenômeno El Niño com inverno mais quente e fazer com que as chuvas só retornem com consistência no final de outubro.

Com a apresentação de uma seca fraca ainda no início da estiagem e com um histórico de precipitações aquém do esperado, especialistas alertam sobre a importância de monitorar o cenário. O El Niño causa o aquecimento das águas do Oceano Pacífico.

Com isso, o regime de chuvas na região Norte do País fica afetado. Normalmente, esse cenário costuma atrasar a chegada do período chuvoso em Goiás, que costuma começar em outubro e ser concluído em abril. Foram 1.937,9 milímetros (mm) entre outubro de 2021 e abril de 2022, contra 1.568,8 mm entre outubro de 2022 e abril de 2023. Ainda sim, o volume foi o terceiro melhor dos últimos oito anos. O regime de chuvas aquém do esperado se reflete no agravamento da estiagem.

De acordo com o Monitor de Secas, em abril deste ano, mês em que o período chuvoso se encerra, a região da Bacia do Meia Ponte já estava sob seca fraca, o que impacta, em curto prazo, a agricultura e as pastagens. Temperatura É esperado que o El Niño também interfira no aumento das temperaturas. Em 2022, Goiás estava sob influência do La Niña, que favorece a entrada de massas de ar polar, o que causou um inverno mais rigoroso. Em 11 de agosto do ano passado, Goiânia registrou a menor temperatura dos últimos 28 anos para esse mês.

No momento, a vazão média do Meia Ponte é de 13.941 litros por segundo (l/s), sendo que não chove no Alto do Meia Ponte há 29 dias. O rio entra no primeiro nível de segurança, o de atenção, quando a vazão de escoamento é menor ou igual a 12.000 l/s. Em 2022, quando as temperaturas foram mais amenas e o período chuvoso registrou o maior volume dos últimos oito anos, não foi necessário abrir comportas de barragens, em setembro de 2022, após quatro meses sem chuva, o Meia Ponte entrou em nível crítico 2, quando a vazão de escoamento é menor ou igual a 4.000 l/s e o governo estadual reduziu em 25% as vazões de captação dos usuários de águas subterrânea.

Ainda assim, o cenário foi menos problemático que o de outros anos. Em setembro de 2021, o Meia Ponte chegou ao nível crítico 3, quando a vazão de escoamento é menor ou igual a 3.000 l/s. A quantidade de água acessada pelas indústrias e produtores rurais foi diminuída em 50% e as comportas da barragem na Fazenda Amaralina, na zona rural de Goiânia, foram abertas. Naquele ano, a capital registrou 1.610,5 milímetros (mm) durante o período chuvoso, número superior ao registrado neste ano (1.568,8 mm). 


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