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Goiânia, 29/05/24
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Maior parte que ficou indisponível, R$ 26,8 milhões, é de recursos previstos para custeio

Após bloqueio de R$ 35 milhões no orçamento, UFG não sabe como terminará 2019

30/09/2019, às 00:20 · Por Pedro Lopes

Com R$ 35,5 milhões de seu orçamento do ano bloqueados pelo governo federal, a Universidade Federal de Goiás (UFG) segue com pagamentos de fornecedores atrasados e sofre com a falta de suprimentos básicos: de falta de papel higiênico e detergente à lotação da câmara fria de uma de suas escolas por escassez de gás para o funcionamento do incinerador.

A dívida acumulada de junho a setembro com fornecedores já alcança R$ 21,3 milhões. Segundo a universidade, apesar deste passivo, "até o momento não houve corte ou paralisação em nenhuma área", revelou o reitor Edward Madureira. 

Segundo reportagem do jornal O Popular deste domingo, 29, os reflexos do bloqueio de recursos previstos para o orçamento da Universidade Federal de Goiás (UFG) em 2019 já são sentidos por alunos e servidores da instituição. Na Lei Orçamentária Anual (LOA) estavam previstos R$ 100,1 milhões para a universidade, destes, R$ 35,5 milhões foram bloqueados.

A maior parte que ficou indisponível, R$ 26,8 milhões, é de recursos previstos para custeio, que pagam despesas como fornecimento de energia, água, segurança, limpeza, manutenção, bolsas de iniciação científica e de monitorias. Alunos e servidores, no entanto, relatam que apesar das atividades acadêmicas estarem mantidas, sentem impactos no dia a dia da universidade.

Diretora da Escola de Veterinária e Zootecnia (EVZ) da UFG, Maria Clorinda Soares Fioravanti, diz que pela primeira vez em 20 anos a universidade não implementou bolsa de iniciação científica, custeada em parte pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e parte com recursos da faculdade, apesar de edital lançado em agosto. "Esses meninos estão trabalhando como voluntários e alguns dependem dessa bolsa para comer". A diretora diz que o valor pago é o mesmo do da bolsa monitoria, que também está comprometida. 

Aluna do terceiro período de Medicina Veterinária, Anna Sarah Assis Firmino, de 20 anos, conta que passou em primeiro lugar neste semestre na seleção de monitoria para a matéria de biofísica no departamento de Ciências Biológicas. "O que me daria o direito de uma bolsa de quase R$ 400. Mas, infelizmente, não recebi nenhuma parcela até hoje e não tenho previsão de receber, pois a verba está congelada". Mas ela diz que prosseguirá na função. "As horas contam para mim, tanto para o currículo quanto para aprendizagem".


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