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Falta de médicos obriga enfermeiros a realizarem atendimentos clínicos em UBSs de Anápolis; caso ocorre na UBS do Parque Iracema e teria também se estendido para o Recanto do Sol e Jardim América

Falta de médicos obriga enfermeiros a realizarem atendimentos clínicos em UBSs de Anápolis

21/05/2023, às 17:01 · Por Redação

A escassez de médicos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Anápolis tem gerado uma situação preocupante: enfermeiros estão sendo obrigados a assumir a responsabilidade por atendimentos clínicos. Em meio a essa realidade, uma mãe, que preferiu não se identificar, relatou ao Portal 6, que buscou atendimento para seu filho menor de idade na UBS do Parque Iracema, onde foi atendida por uma enfermeira que prescreveu medicamentos.

A mãe acrescenta que o filho não apresentou melhora e que o segundo atendimento foi realizado por um médico, na mesma UBS. O problema dessa situação é que leva profissionais de enfermagem a assumirem uma carga de trabalho maior e responsabilidades além do previsto e teria ocorrido também nas UBSs do Recanto do Sol e Jardim América. Diante dessa situação, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Anápolis respondeu ao Portal 6 que os enfermeiros possuem autonomia técnica e científica para realizar consultas de enfermagem e prescrição de medicamentos em determinadas circunstâncias.

Segundo a Semusa, os enfermeiros têm autonomia para realizar atendimentos em casos de gestação de baixo risco, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança, além de outras situações específicas estabelecidas pelos protocolos do Ministério da Saúde. Essa medida tem sido adotada como forma de suprir a ausência de médicos e garantir que a população tenha acesso aos cuidados básicos de saúde. A pasta afirmou que realiza credenciamentos de médicos e 12 serão chamados para atender as unidades.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) reforça por nota que “nenhuma unidade de assistência médica pode funcionar sem o trabalho de profissionais médicos e que atos médicos só podem ser executados por médicos”. Vale destacar que, no caso analisado, a equipe de enfermagem atuou somente na atenção primária, prevista pela Lei do Exercício Profissional de Enfermagem. Em relação aos limites da atuação dos enfermeiros perante a ausência de médicos, a entidade não respondeu ao portal.

No entanto, essa solução emergencial também traz preocupações. Alguns profissionais de saúde ressaltam a importância da complementaridade entre as áreas médica e de enfermagem, defendendo que cada profissional deve atuar dentro de suas competências específicas. Além disso, a sobrecarga de trabalho e responsabilidades sobre os enfermeiros pode comprometer a qualidade dos atendimentos, uma vez que eles não têm o mesmo nível de conhecimento e experiência de um médico.

Enquanto isso, a população de Anápolis segue contando com a dedicação e o profissionalismo dos enfermeiros, que têm desempenhado um papel fundamental no atendimento à saúde da comunidade. É importante que a sociedade e as autoridades estejam cientes dos desafios enfrentados por esses profissionais, buscando alternativas para garantir um sistema de saúde mais completo e eficiente para todos os cidadãos.


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