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Goiânia, 29/05/24
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Ailton Barros (à esquerda) e Mauro Cida (à direita) foram presos em operação da Polícia Federal e em áudios eles falaram em golpe de Estado, que teria o Comando da Brigada de Operações Especiais de Goiânia como peça importante

Áudios revelam que tentativa de golpe de Bolsonaro tinha peça importante em Goiânia

05/05/2023, às 10:43 · Por Redação

Em transcrições de áudios divulgadas pela CNN nesta quinta-feira, 4, revelam que a tentativa de golpe de Estado, que seria praticado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e por seus aliados, entre eles Ailton Barros, ex-major do Exército e advogado, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordem do ex-chefe do Executivo Federal, tinha como peça importante a indicação ao Comando da Brigada de Operações Especiais de Goiânia.

Conforme o plano traçado por Mauro Cid e seu aliado [Ailton Barros], o então comandante do Exército, Freire Gomes, ou Jair Bolsonaro, então presidente da República, deveriam participar. O ex-ajudante de ordem do ex-chefe do Executivo Federal e Barros foram presos nesta quarta-feira, 3, em operação da Polícia Federal que investiga uma associação criminosa que forjou registros de vacinas para Cid e outras pessoas, incluindo Bolsonaro e sua filha Laura.

Havia, ainda, a intenção de dar a missão ao comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia de prender o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Morais. “Pô [sic], não é difícil. O outro lado tem a caneta, nós temos a caneta e a força. Braço forte, mão amiga. Qual é o problema, entendeu? Quem está jogando fora das quatro linhas? Somos nós? Não somos nós. Então nós vamos ficar dentro das quatro linhas a tal ponto ou linha? Mas agora nós estamos o quê? Fadados a nem mais lançar. Vamos dar de passagem perdida?”, indagou o ex-militar Ailton Barros a Mauro Cid.

A então indicação ao comando de Goiânia não foi para frente, uma vez que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou a nomeação de Cid, que dependia do então comandante do Exército, Júlio César Arruda. Ele relutou em impedir que Mauro virasse comandante do Batalhão. Arruda foi então substituído pelo general Tomás Paiva.

Nos áudios, Ailton continua descrevendo o plano ao afirmar que se preciso, a atuação do grupo pode ser fora das quatro linhas. “Nos decretos e nas portarias que tiverem que ser assinadas, tem que ser dada a missão ao comandante da brigada de operações especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes no domingo, na casa dele”, relata.


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