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Foto: Octacilio Queiroz

“O evento que aconteceu é terrível, mas os fatos serão apurados e diante da falta de esclarecimento, qualquer juízo em relação a efeito disso me parece prematuro”, afirmou o ministro

Em Goiânia, Sergio Moro se esforça para minimizar tragédia com menina Ágatha Félix

24/09/2019, às 00:07 · Por Eduardo Horacio

Em Goiânia para o lançamento de um programa piloto envolvendo a Força Nacional de Segurança, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, relutou o quanto pode em tecer comentários sobre a morte de Agatha Félix, de 8 anos, que morreu após um tiro de fuzil, no conjunto de favelas do Alemão, no Rio de Janeiro.

De acordo com familiares e várias testemunhas, Ágatha Félix foi vítima de uma ação da Polícia Militar do Rio de Janeiro. O crime chocou o País e causou enorme debate sobre a política de Segurança Pública do governo carioca, que conta com apoio irrestrito de Moro e do governo federal.

Sérgio Moro chegou a dizer que a entrevista coletiva era apenas para falar do programa que estava sendo apresentado em Goiânia – com o nome de ‘Em Frente, Brasil’. Com a insistência dos questionamentos, porém, Moro decidiu falar sobre o crime. “Vamos esclarecer assim, o evento que aconteceu é terrível, mas os fatos serão apurados e diante da falta de esclarecimento, qualquer juízo em relação a efeito disso me parece prematuro”, afirmou o ministro.

Antes das perguntas, Moro já havia citado o caso de Ágatha como “incidente”, lamentando em seguida a morte de um policial militar ocorrida em Aparecida de Goiânia. Posteriormente, já na entrevista, o ministro disse que a morte da menina no Rio de Janeiro tratava-se de um “evento infeliz”.

Sérgio Moro também negou que casos como o da menina Ágatha possa inviabilizar o andamento do chamado Pacote Anti-Crime, projeto enviado pelo Ministério da Justiça e em tramitação no Congresso Nacional.

O silêncio
Sérgio Moro tem dificuldade de se pronunciar sobre a morte de uma criança por se tratar de uma ação ostensiva da Polícia Militar, repetida em outros Estados, e que tem apoio incondicional do governo federal. Aliás, o ministro se autoelogiou ao afirmar que o atual governo já colhe resultados com a diminuição dos índices de crimes violentos. 

Esse, aliás, não é o primeiro caso emblemático em que a opinião e, principalmente, a ação do ministro não corresponde ao tamanho da repercussão e da expectativa da população. Sérgio Moro jamais se posicionou, por exemplo, sobre a falta de esclarecimentos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, em março de 2018. O crime segue sem solução.  


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