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Ação de Kátyna Baía e Jeanne Paolin será apresentada ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos pela prisão injusta e por ter sido negado remédio a goiana que se tratava de ansiedade

Defesa de goianas presas em Frankfurt vai entrar com ação contra Justiça alemã

20/04/2023, às 14:09 · Por Redação

Após a luta para provar a inocência e deixar a prisão, onde passaram 37 dias, as goianas Kátyna Baía, de 44 anos, e Jeanne Paolini, de 40, se preparam para uma batalha nos tribunais. Luna Provázio, advogada do casal que foi detido sob suspeita de tráfico internacional, diz que as duas vão pedir reparação à Justiça da Alemanha pela prisão injusta, ao todo serão apresentadas três ações. A advogada diz que o valor da indenização a ser pedida ainda está sendo calculado.

Uma delas será um pedido de danos morais e materiais contra o Estado alemão, uma segunda por danos morais contra o Ministério Público do país e, por fim, uma queixa junto ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Provázio confirmou ao jornal Globo que, no tribunal internacional, será apresentada uma reclamação porque Kátyna teve o direito à saúde negado porque não foi dado a ela acesso a medicamentos prescritos por médicos brasileiros.

A personal trainner, que passou por uma cirurgia para a retirada de um aneurisma, faz uso de remédios porque ficou com sequelas da intervenção como ansiedade. Katyna relatou que uma médica, clínica geral, mudou a prescrição dos medicamentos que tomava e que, diariamente, recebia doses aleatórias de comprimidos, uns dias mais, outros menos. A polícia alemã também será interpelada na ação que está sendo preparada pela defesa das vítimas.

Latam
A advogada explica que, no Brasil, o alvo da ação será a companhia aérea Latam por falha no transporte, conservação e segurança das bagagens das passageiras. As duas embarcaram no Aeroporto de Guarulhos para uma viagem de férias na Europa. As malas foram trocadas por duas bagagens com 40 quilos de cocaína. Kátyna e Jeanne foram detidas no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha. O destino final das duas era Berlin. Elas contaram que, durante horas, ficaram sem saber o que acontecia e que, só horas após a detenção, com a ajuda de uma intérprete, souberam que estavam sendo acusadas de tráfico.

Kátyna e Jeanne ficaram presas em celas individuais. De acordo com elas, tinham cerca de seis metros quadrados, onde permaneciam durante todo o tempo, com exceção de poucos momentos em que conviviam com outras presas. As duas relataram que no presídio feminino, alvo de críticas no país, conviveram com mulheres que cometeram crimes graves, homicidas e incendiárias.

A Justiça alemã reconheceu que as duas eram inocentes após investigação conduzida pela Polícia Federal brasileira. No inquérito, a PF obteve imagens que mostram a ação de uma quadrilha envolvida na troca da identificação das malas. Até agora, seis pessoas já foram presas. Há duas mulheres chamadas de "passageiras fakes" que estão sendo procuradas. Em imagens é possível vê-las despachando as duas malas com a droga que seriam substituídas pela bagagem de Kátyna e Jeanne.


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