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Goiânia, 29/05/24
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O mesmo padre foi condenado em 2018 em processo por danos morais por crime similar

Padre que difamou médico por aborto legal é condenado a pagar R$ 10 mil

06/04/2023, às 11:01 · Por Redação

O padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, da Diocese de Anápolis, foi condenado a indenizar por danos morais um médico que realizou um aborto legal em 2020. Com a decisão, que cabe recurso, o sacerdote terá de pagar uma indenização de R$ 10 mil ao profissional. O caso teve ampla repercussão, porque porque a criança de 10 anos engravidou após ser estuprada pelo seu tio.

Nessa ocasião, o padre chamou o médico de “assassino”. A gestação da criança foi interrompida após autorização da Justiça. É importante lembrar que no Brasil o aborto é legalizado em três casos: quando a gravidez acontece por meio de estupro (caso da criança), quando há risco de vida para a mãe e quando o feto é anencéfalo (não possui cérebro).

No texto escrito pelo padre, que foi o que motivou a ação movida pelo médico, ele descreve detalhes do abuso sexual sofrido pela menina e também do aborto. Ele publicou o post na página do Facebook da Associação Pró-Vida, da qual ele é presidente.

Histórico

Esse mesmo padre foi condenado em 2018 em processo por danos morais por crime similar. O processo transitou em julgado (sem mais possibilidade de recurso) 15 anos após o ocorrido. Em 2005, mulher conseguiu na Justiça autorização para abortar porque bebê tinha uma síndrome que o impedia de ter vida fora do útero.

O processo consistia em tomar, durante quatro dias, medicamentos controlados para induzir o parto. Enquanto tomava esses medicamentos para abortar, o padre conseguiu outra decisão da justiça, que interrompeu o procedimento e a obrigou a deixar o hospital. Após oito dias, o bebê nasceu e morreu menos de duas horas depois.


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