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Grupo cortava eucaliptos em fazenda sem treinamento nem vestes apropriadas, sem banheiro e com pouca água

Operação resgata 8 trabalhadores que estavam condições análogas à escravidão em Novo Gama

05/04/2023, às 15:13 · Por Redação

Operação resgata oito trabalhadores que eram submetidos a condições análogas à escravidão em Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal. Eles prestavam serviço em uma fazenda cortando eucaliptos que seriam usados para produção de carvão vegetal. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), eles não tinham treinamento nem vestes apropriadas, trabalhavam sem banheiro e com pouca água para beber e eram alojados em uma casa ao lado de um chiqueiro.

A operação do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foi coordenada por auditores fiscais do trabalho, começou na quarta, 29 e terminou na segunda, 3.

Dois homens, sendo um dono da fazenda e um empregador, foram notificados a retirar os trabalhadores do alojamento imediatamente e também a formalizar os vínculos empregatícios, além de pagar todas as verbas trabalhistas devidas.

Segundo o procurador Tiago Siqueira Barbosa Cabral, dos oito trabalhadores, sete foram aliciados no interior do Maranhão pelo empregador, que os contratava sem formalizar o vínculo empregatício. O oitavo é de Corumbá de Goiás, na região central do estado.

Ao chegarem de ônibus em Novo Gama, os trabalhadores eram levados à fazenda para trabalharem nas plantações de eucaliptos. O procurador contou que este grupo que foi resgatado trabalhava no local há cerca de duas semanas.

Na fazenda inspecionada, os auditores-fiscais do trabalho encontraram os trabalhadores derrubando eucaliptos em locais sem banheiro, sem vestimenta de trabalho, sem treinamento, com apenas uma garrafa pequena de água para beber durante todo o dia e sem condições de primeiros socorros em caso de acidentes de trabalho.

Os próprios trabalhadores relataram ao MPT que começavam a trabalhar às 6h e iam até 17h, de segunda a sábado, e recebiam por diária valores abaixo do combinado.

Eles relataram que, no alojamento onde eram colocados para dormir, a alimentação se resumia a arroz, feijão e uma carne, e que o local fica ao lado de um chiqueiro, que possui mau cheiro. Além disso, não havia água quente para banho, vários trabalhadores tinham que dormir no chão, a descarga do banheiro não funciona e o local não tem as mínimas condições de higiene.

Após a fiscalização, o dono da fazenda e o empregador foram notificados a retirar os trabalhadores do alojamento imediatamente, o que aconteceu na semana passada, e também a formalizar os vínculos de emprego, além de pagar todas as verbas trabalhistas devidas.


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