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Goiânia, 29/05/24
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Divulgação - Câmara Municipal de Goiânia

Durante depoimento, Alisson Borges foi questionado sobre nepotismo e pagamentos antecipados sem execução de obras

Presidente da Comurg é acusado de nepotismo em CEI da Câmara

23/03/2023, às 13:02 · Por Redação

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga irregularidades na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) ouviu, nesta quarta-feira, 22, o presidente da empresa, Alisson Silva Borges. Acompanhado do assessor jurídico da companhia, ele respondeu a questionamentos dos membros titulares da CEI durante cerca de três horas. Os vereadores pediram explicações a ele sobre possíveis casos de nepotismo, pagamentos antecipados pelo Executivo por obras não concluídas, dívidas, cargos comissionados e folha de pagamento, jetons, gastos com combustível e manutenção de veículos, e contratos com fornecedores. 

Em sua primeira pergunta, o presidente da CEI, Ronilson Reis (PMB), quis saber do presidente da Comurg se ele tinha parentes na empresa. Ao responder que sim, e nomear o pai (Albertino Simão Borges) e o sogro (Edimar Ferreira da Silva), Alisson Borges foi questionado sobre as indicações, gratificações e cargos que ambos ocupam dentro da companhia. Conforme apontou Ronilson, o pai do presidente da Comurg recebe gratificação de R$6,5 mil pela função de assistente administrativo. Com outra gratificação de R$ 12 mil incorporada a um vencimento de R$4,1 mil, o salário bruto passa dos R$ 25 mil, segundo as informações disponibilizadas pelo Portal da Transparência – e, isso, apesar de Albertino já ser servidor efetivo aposentado, como declarou o próprio Alisson. 

Já o sogro do presidente da Comurg, Edimar Ferreira da Silva - que, atualmente, responde pela Diretoria de Urbanismo da empresa -, recebe de gratificação, pela função de confiança, R$ 12 mil. O servidor tem, ainda, segundo os dados do Portal da Transparência, outra gratificação de R$ 12 mil, incorporada ao salário-base de apenas R$ 1,4 mil. Ao vencimento mensal somam-se “outros proventos”, no valor de R$ 3,1 mil. Ao todo, Edimar recebeu, no último mês de fevereiro, R$ 28,6 mil. O cargo de origem é trabalhador de Limpeza Urbana, a admissão foi em 1º de setembro de 2006.  

“Meu sogro já ocupava essa função de diretor de Urbanismo quando assumi a gestão da empresa, não foi indicação minha. Ele já era diretor, inclusive, quando o prefeito Rogério Cruz assumiu”, justificou o presidente da Comurg. Sobre o pai, Alisson Borges destacou que ele é servidor de carreira desde 1983, e, como tal, nesses 40 anos de serviços prestados, conquistou benefícios. Frisou, ainda, que todas as indicações são feitas pelo chefe do Executivo e apreciadas e votadas pelo Conselho de Administração da Comurg. De acordo com Alisson, a avaliação interna, do órgão, é que os casos não caracterizam nepotismo. 

Antecipação de pagamentos
O depoimento do presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia à CEI instalada na Câmara revelou uma série de problemas na gestão da empresa, que enfrenta um déficit superior a R$ 200 milhões. Alisson Borges, contudo, não soube precisar o tamanho do rombo na companhia. Ele citou dívidas trabalhistas, tributárias, com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, também, pagamentos em duplicidade. 

Os valores de R$ 8 milhões adiantados à Comurg pela Prefeitura, referentes a contratos de emendas impositivas e de obras nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e no Cemitério Parque – serviços ainda não concluídos – foram ponto de destaque na reunião da CEI. O presidente da empresa admitiu que os recursos foram utilizados para pagar fornecedores e afirmou que foi a ex-secretária de Relações Institucionais, Valéria Pettersen, quem emitiu a nota fiscal para que a companhia pudesse receber de forma antecipada mesmo sem executar as obras. Ele não soube dizer se o prefeito Rogério Cruz tinha conhecimento dos pagamentos antecipados. 

As declarações de Alisson Borges levaram o vice-presidente da CEI da Comurg, vereador Welton Lemos (Podemos), a solicitar que a ex-secretária de Relações Institucionais, Valéria Pettersen, também seja convocada pela comissão. Outro que deverá ser ouvido pelos parlamentares é o ex-presidente da Comurg, Alex Gama, antecessor de Alisson. Relator da CEI, o vereador Thialu Guiotti (Avante) pediu urgência na convocação de diretores e gerentes administrativos e financeiros da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin), da Controladoria Geral do Município, da Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social (Sedhs), do Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais (Imas) e também da Comurg. 


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