Operação resgata 212 trabalhadores em situações análogas à escravidão em Goiás

Uma operação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou nesta sexta-feira, 17, um total de 212 trabalhadores em situação similar à escravidão nos municípios de Itumbiara, Cachoeira Dourada e Edeia, nas regiões sul e sudoeste de Goiás. Eles prestavam serviço a usinas de álcool e teriam sido contratados por uma empresa de prestação de serviços terceirizados. Os trabalhadores, a maioria do Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte, foram trazidos ao Estado da região Centro-Oeste de forma clandestina.

Eles viviam em alojamentos insalubres e tinham ainda que arcar com o transporte, aluguel dos barracos, alimentação e até com os equipamentos de trabalho. Alguns deles pagavam pelo colchão e, aqueles que não tinham condições, dormiam em redes ou mesmo no chão forrado com um pedaço de pano, ou papelão. Os fiscais descobriram ainda que a aplicação de agrotóxicos acontecia no local onde os trabalhadores atuavam e eles não possuíam equipamentos de proteção adequados.

A operação teve início há cerca de 10 dias, depois do recebimento de duas denúncias. Durante a apuração, foram ainda encontradas irregularidades no município de Araporã, em Minas Gerais. A Polícia Federal instaurou inquérito policial para apurar o caso. Cinco empresas assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e começaram a pagar indenizações que totalizam R$ 3,8 milhões aos trabalhadores.

No mês passado, 152 trabalhadores foram resgatados em condições similares à escravidão em Acreúna, no sudoeste do estado. Desse total, 139 atuavam em uma usina de cana de açúcar e os outros treze, em uma fábrica de ração. Somente este ano, a auditoria fiscal do Trabalho já resgatou 890 trabalhadores nessa situação. Desse total, 365 dos resgates aconteceram em Goiás, que lidera o ranking nacional de casos de exploração de trabalhadores, seguido do Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

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Operação MTE Goiás