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Goiânia, 29/05/24
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Wellington Oliveira, de 27 anos, morreu esmagado após o ponto de ônibus de concreto, sem manutenção, cair em cima dele em Aparecida de Goiânia

Defesa Civil diz que 11 órgãos foram informados sobre risco de desabamento de abrigo de ônibus

09/03/2023, às 13:59 · Por Redação

Após produzir um relatório apontando problemas estruturais de abrigos de ônibus, entre eles o que desabou e matou o ajudante de pedreiro Welington Oliveira, de 27 anos, a Defesa Civil de Aparecida de Goiânia encaminhou o documento para 11 órgãos públicos, que são ligados ao transporte coletivo, com objetivo de que os problemas fossem resolvidos. O documento completo foi entregue, inclusive, no gabinete do prefeito da cidade, Vilmar Mariano (Patriota), em 31 de outubro de 2022.

No mesmo dia em que o relatório chegou à Prefeitura de Aparecida de Goiânia, as secretarias de Desenvolvimento Urbano e de Trânsito também foram notificadas. O levantamento também foi repassado ao Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo (Crea), ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), dentre outros.

Ao lamentar a fatalidade, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia disse que o sistema de transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia é de responsabilidade do consórcio RedeMob, sob fiscalização da CMTC, e que não instalou o abrigo de concreto. Por sua vez, a CMTC diz que a manutenção, realocação e instalação dos pontos de ônibus são de responsabilidade das prefeituras. Alegou que a companhia apenas planeja a marcação dos pontos e coordena a instalação, e que já iniciou uma avaliação de todos os abrigos da Região Metropolitana.

Ao portal G1 Goiás, o ex-superintendente da Defesa Civil de Aparecida de Goiânia, Juliano Cardoso, que esteve à frente da instituição por mais de 13 anos, disse que a morte do homem não foi um acidente, e sim um crime de omissão. “Foi uma tragédia anunciada, alertada, evidenciada e que foi negligenciada. Existem outros milhares de abrigos de ônibus que concorrem para o acontecimento de situações como a de hoje. São milhares de vidas que precisam usar essas estruturas todos os dias. Falta gestão pública", denuncia Cardoso.

Responsabilidade
Sem se referir ao relatório apresentado pela Defesa Civil há menos de 5 meses, a Prefeitura de Aparecida disse que a Defesa Civil vai inspecionar os pontos de ônibus da cidade para identificar as condições estruturais e solicitar aos responsáveis a interdição, manutenção ou substituição dos mesmos para garantir a segurança da população.

Sobre a responsabilidade na manutenção, um documento de janeiro de 2018 assinado por representantes da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC), presidida à época pelo então prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha (Patriota) diz que são os municípios integrantes da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos os responsáveis por promover a manutenção, realocação ou instalação de abrigos nos pontos de parada.

O Ministério Público disse ao G1, em nota, que propôs uma ação civil pública, que já esta em tramitação para promover a adequação dos pontos de ônibus e que todos os municípios que compõem o transporte metropolitano integram esta ação. O MP ressaltou a resolução da CDTC, que estabelece que todos os municípios são responsáveis pela manutenção e instalação dos abrigos.


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