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Goiânia, 29/05/24
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Luís Fernando, de 24 anos, fundou associação que presidia e foi assassinado no último sábado, 18

Suspeito de matar líder quilombola conta ao ser preso que o achava um ‘x9’

21/02/2023, às 09:07 · Por Redação

Suspeito de matar um líder quilombola em Santa Cruz de Goiás na madrugada de sábado, 18, o desempregado Daniel Santos Maranhão Sobrinho, de 25 anos, teria dito aos policiais militares que o prenderam que cometeu o crime porque desconfiava que a vítima era “cagoeta, x9”, isto é, uma pessoa que o entregou para a polícia informando sobre seu envolvimento com tráfico de drogas. Daniel foi preso com mais duas pessoas ainda na manhã de sábado, em Palmelo, onde reside.

O assassinato do presidente da Associação Comunidade Quilombola Mucambo, Luís Fernando de Souza de Jesus Santana, de 24 anos, causou comoção em Santa Cruz de Goiás. A prefeitura local emitiu nota lamentando o ocorrido e dizendo que o jovem deixou um legado na cidade: “Um jovem que o lema era justiça e equiparação racial. Admirador e pesquisador de nossa história e cultura”, diz a nota.

Luís Fernando estava dormindo em sua casa em Santa Cruz quando o suspeito entrou na residência, por volta das 5h, e efetuou os disparos. Uma familiar que mora ao lado, ao ouvir os tiros, viu pela janela um homem saindo da moradia e entrando em um veículo. Após investigação, a Polícia Militar localizou o carro em Palmelo com o proprietário e este disse que o havia emprestado para Daniel.

Pelo que foi levantado até então, Daniel teria pegado o carro por volta de 23h e dito para o dono que iria resolver um problema em Santa Cruz, que fica a 7,5 km de Palmelo. Depois, quando o dono o cobrou pela manhã, contou que havia matado uma pessoa lá e que era para a pessoa procurar a polícia e mentir que o carro havia sido roubado. Entretanto, uma equipe da PM abordou o dono do carro ainda pela manhã de sábado.

O veículo foi flagrado por um radar entre Santa Cruz e Palmelo próximo ao horário do crime, segundo a PM. Os policiais afirmam também que Daniel contou que “descarregou a pistola” no corpo de Luís Fernando porque ele estaria entregando seu envolvimento com tráfico de drogas. O dono do carro também disse que o suspeito era traficante e que chegou a comprar entorpecente com ele.


Líder Comunitário Quilombola Luíz Fernando Santa Cruz de Goiás
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