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Goiânia, 29/05/24
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Uma única pessoa presa inseriu quase 2 mil pessoas no sistema em apenas 6 meses; quinto suspeito se entregou à polícia na tarde desta sexta-feira, 10

Polícia prende quinto suspeito de fraudar fila do SUS para realização de cirurgia plástica em Goiás

11/02/2023, às 10:02 · Por Redação

Uma quinta pessoa suspeita de receber propina para inserir pacientes e furar fila de cirurgias, principalmente plásticas, na rede pública de Goiás. Entre cinco os presos pelo crime, estão um ex-prefeito de Teresina de Goiás e um vereador de São Miguel do Araguaia. Segundo a polícia, a fraude no sistema de regulação fez com que procedimentos que não eram considerados urgentes e que demorariam até dois anos fossem autorizados e feitos em poucos meses.

Segundo a Polícia Civil, esse quinto suspeito estava foragido da Justiça e se entregou à corporação nesta sexta-feira, 10. A polícia ainda contou ter descoberto que um dos cinco presos já tinha sido demitido dos quadros do Estado por corrupção no ano de 2015.

De acordo com a prefeitura, após a demissão, a pessoa presa conseguiu assumir um cargo comissionado na Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Ainda de acordo com a Polícia Civil, um outro preso já tinha sido indiciado crime de corrupção em 2014.

Fraude

O delegado responsável pela investigação, Danilo Victor Nunes, explicou que os políticos investigados atuavam como intermediadores no esquema. “Geralmente o paciente pagava para eles e aí essa pessoa providenciava, junto a um operador do sistema, para que inserisse as pessoas”, disse. A polícia informou que as fraudes aconteciam pelo menos desde 2020. "Alguns dos presos não eram servidores do sistema de regulação médica e tinham logins e senhas do sistema. Uma das pessoas que foi presa hoje tinha 15 perfis e inseriu 1.902 pessoas na fila", contou.

Ainda de acordo com o delegado, essas quase 2 mil pessoas foram adicionada no sistema de regulação apenas nos últimos seis meses. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, mais de 15 mil pessoas aguardam por uma cirurgia eletiva. Os nomes dos presos não foram divulgados.

Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e afastamento de funções públicas nas cidades de Goiânia, Goianira, Anápolis, Damolândia, São Miguel do Araguaia e Teresina de Goiás.

Os servidores afastados são pessoas do Complexo Regulador Estadual ou exerciam funções públicas nas unidades de saúde dos municípios. Segundo a polícia, as irregularidades aconteciam principalmente para cirurgias plásticas, como abdominoplastia e mamoplastia. Porém, outras cirurgias eletivas, consultas médicas, exames e internações também eram fraudados.

“Na maioria eram procedimentos estéticos por meio de uma justificativa médica falsa. Por exemplo, uma pessoa que quer fazer uma mamoplastia conseguia que o operador do sistema alterasse essa justificativa, fraudasse isso, e inserisse com um fundamento plausível para a cirurgia, sendo que a pessoa não sofreu nenhum tipo de câncer ou doença”, disse. Os investigados respondem por por corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa.


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