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Revigorar pasto degradado resulta em aumento do estoque de carbono no solo e incremento da produção agropecuária

Grupo de pesquisadores da UFG indica, com estudo, ganho ambiental e econômico ao recuperar pastagens no Cerrado

05/02/2023, às 20:18 · Por Redação

Um estudo desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) estima ser possível, no período de 2025 a 2030, aumentar o estoque de carbono no solo do Cerrado em 70 milhões de toneladas. A medida a ser viabilizada por meio da recuperação de pastagens degradadas tem o potencial de proporcionar ganhos ambientais e econômicos. Os resultados das pesquisas também permitem otimizar o uso das áreas já abertas no bioma, segundo os especialistas.

O trabalho é realizado no Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) e mapeou todas as áreas de pastagens do Cerrado, como mostra o jornal O Popular. Além de identificar estes espaços, os mesmos foram separados em três classificações: ausência de degradação, degradação intermediária e degradação severa.

Conforme a pesquisa da UFG, o Cerrado tem 49,4 milhões de hectares (Mha) de pastagens. Deste total, 32,8 Mha têm algum grau de degradação. A maior parcela (21,47 Mha) é classificada como intermediária e os 11,1 Mha restantes como severa.

“A gente tem condição de identificar qual o estado atual da pastagem, o volume atual de estoque de carbono e conseguimos também apurar qual o potencial de ganho em termo de carbono e de capacidade produtiva destas áreas”, explica o doutor em Ciências Ambientais pela UFG e pesquisador do Lapig, Claudinei Santos, à reportagem de O Popular. Além de outros pesquisadores, no trabalho está envolvido o pró-reitor de Pós-Graduação da UFG, Laerte Guimarães Ferreira Júnior.

Para chegar aos estoques de carbono estimados e aos possíveis incrementos com a recuperação de pastagens, os pesquisadores analisaram as condições atuais. Foram empregadas ferramentas tecnológicas, amostras físicas de solo e de matéria orgânica, além da observação em campo.

As pastagens degradadas representam redução no estoque de carbono, perda de fertilidade no solo, baixa produtividade na pecuária e, consequentemente, menos retorno econômico. Uma área com pasto produtivo pode receber até dois animais bovinos por hectare, enquanto que para uma com condição inversa é menos da metade disto.

Além da oportunidade de ganho perdida, a situação adversa significa que o animal pode levar mais tempo para chegar ao ponto de abate. Enquanto isto, ele continua emitindo outros gases de efeito estufa (GEE), como o metano, por exemplo, por um período maior.

Coordenador da Área Ambiental da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Nelson Ananias afirma que a agricultura brasileira já experimenta um ganho de eficiência. Ele enfatiza as vantagens para a natureza. “Quando se reduz o tempo de abate, e a pecuária é o grande emissor de metano, você está liberando menos deste gás para produzir a mesma quantidade de carne.”


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