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Goiânia, 29/05/24
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Roberto Jayme/Ascom/TSE

O também goiano procurador da República Ailton Benedito, conhecido por seu alinhamento com Bolsonaro, mostrou visão contraditória sobre a Lista Tríplice

Escolha de Bolsonaro na PGR infla própria base e gera críticas entre procuradores goianos

07/09/2019, às 00:59 · Por Pedro Lopes

A escolha do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de conduzir o subprocurador Augusto Aras à chefia da Procuradoria Geral da República reverberou mal entre os membros do Ministério Público Federal, frustrou qualquer expectativa da goiana Raquel Dodge a abalou a própria base governista. Bolsonaro quebrou a tradição de escolher alguém da lista tríplice indicada pelo MPF após eleições internas.

O franco conservador Augusto Aras de posições bolsonaristas declarou candidatura avulsa e foi nomeado. A atual Procuradora Geral, goiana Raquel Dodge, deixará o cargo no próximo dia 17 após dois anos nele. “Esse processo já se encerrou e devemos agora olhar para frente”, disse Dodge ao O Popular quando questionada se alimentava expectativa de se manter no cargo. 

Recentemente, a procuradora foi alvo de protesto entre procuradores da Operação Lava Jato que se demitiram alegando sofrerem boicote da procudora. Dodge havia pedido o arquivamento de denúncias contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o irmão do presidente do STF, José Ticiano Dias Toffoli. Ambos apoiavam a manutenção de Dodge no cargo.

Contradição 
O também goiano procurador da República Ailton Benedito, conhecido por seu alinhamento com Bolsonaro, mostrou visão contraditória sobre a Lista Tríplice. "Nunca foi uma escolha fácil. Que Deus ilumine o escolhido, para o bem da sociedade e do Brasil", postou no Twitter em comemoração à escolha de Bolsonaro. 

Ailton defendia justamente o contrário na ocasião em que Michel Temer também furou a Lista e encaminhou Alexandre de Morais. "O ministro da Justiça erra ao defender que o governo Michel Temer não precisa respeitar a lista tríplice para a PGR", postou em maio de 2016. 

“Alinhamento”
O Governo fala em melhor “alinhamento” com o Augusto, ao passo que os membros do MP denunciam prática imoral uma vez que a função do cargo não é de coligação com o governo, mas de fiscalização e supervisão, conforme assegura a tradição. Em protesto, alguns procuradores estaduais renunciaram a cargos de liderança do MPF estadual, como ocorreu em Sergipe, em processo semelhante ao que ocorreu na ocasião de Raquel Dodge. 


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