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Algumas das construções irregulares encontradas pela Dema na área do Morro do Mendanha, em Goiânia

Dema indicia 14 pessoas por invasões no Morro do Mendanha, em Goiânia

13/01/2023, às 11:04 · Por Redação

A Delegacia Estadual de Meio Ambiente (Dema) identificou e indiciou 14 pessoas nesta quinta-feira, 12, por crimes ambientais ao invadir e construir residências no Morro do Mendanha, em Goiânia. Ao todo, foram 14 imóveis construídos, entre casas, barracões e igrejas.

O delegado titular da Dema, Luziano Carvalho, explicou que a invasão altera o equilíbrio ecológico do morro e provoca deslizamentos de terra e erosões. No alto do morro, foram encontrados moradores e até a construção irregular de uma igreja.

"Indicamos 14 pessoas, ou por construir ou por estar morando, desmatando e fazendo corte no solo para fazer estradas, ruas, trilheiros. Tudo isso alter a o morro, que é o ponto de um valor ecológico imensurável", explicou o delegado.

Segundo Luziano Carvalho, os invasores não foram presos porque as penas para os crimes aos quais foram indiciados, de impedir a regeneração ambiental e por construção em área ecológica, é de até 2 anos de detenção. Luziano diz que órgãos de proteção ambiental podem fazer a remoção das pessoas do local.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) explicou, por meio de nota, que caberá à Promotoria responsável estudar os autos para definir as providências a serem tomadas em relação aos invasores. Antes de ser remetido ao MP, o inquérito passará pelo Judiciário.

Os nomes dos indiciados não foram divulgados. A polícia pediu levantamento técnico para avaliar a questão geológica e as alterações feitas por invasores no morro. "De qualquer forma, essa instabilidade, quando tem tem participação do homem no topo do morro, há alteração e tem consequências, como erosões e deslizamentos", esclareceu Luziano.

Algumas das 14 pessoas estão morando no topo do morro. "Ali não é lugar de moradia. Os órgãos devem buscar ações de equilíbrio", sugeriu o delegado. No local, a polícia encontrou até construção de uma igreja.

Fiéis

O pastor Miromar Alcantara, de 63 anos, frequenta o Morro há pelo menos 20 anos. Ele admite a precariedade do local e diz que as dificuldades aumentam durante as chuvas. O pastor também reclama do saneamento improvisado, mas diz não acreditar que a presença deles comprometa o meio ambiente. “Aqui não tem deslizamento, é só na pista porque cortaram a terra”, disse ao jornal O Popular.

A pastora Dirce Paiva, de 71 anos, que tem uma tenda onde realiza pregações há 23 anos, também diz não temer a sua retirada. A mudança para o local, segundo ela, se deu por um propósito divino após visitar o Mendanha enquanto se recuperava de uma doença. “Vim orar e fiquei para buscar a Deus”, conta.


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