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Yres Guimarães, de Rio Verde, apontado na lista da AGU, exibe nas redes sociais apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro

AGU aponta dois goianos como financiadores de ato antidemocrático em Brasília

13/01/2023, às 10:00 · Por Redação

Um dos goianos apontados pela Advocacia-Geral da União (AGU) como sendo um dos financiadores dos atos golpistas revelou que viajou até Brasília no dia do atos de vandalismo no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF), localizados na Praça dos Três Poderes, e que não pagou nada pela viagem, mas disse que não financiou o ato. Outro morador de Goiás consta na lista, contudo, em um registro do Portal da Transparência consta que ele reside em Uberlândia, em Minas Gerais.

Um deles é Yres Guimarães, que é de Rio Verde, no sudoeste goiano, e o outro é Rafael da Silva, de Catalão, no sudeste do estado, e conforme apurado, os dois também receberam Auxílio Emergencial. Segundo os dados do Portal da Transparência, do Governo Federal, Yres recebeu R$ 3 mil, enquanto Rafael R$ 5,2 mil.

A AGU pediu, nesta quinta-feira, 12, o bloqueio de bens de pessoas físicas e jurídicas que foram indicadas pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) como responsáveis pelo aluguel dos ônibus. Os ônibus foram usados para transportar os golpistas até Brasília, no último domingo, 8, quando bolsonaristas terroristas atacaram os Três Poderes.

Ao todo, a AGU identificou pelo menos 52 brasileiros e sete empresas como os financiadores dos atos terroristas. De acordo com a advocacia, eles contrataram os ônibus para levar os manifestantes de diversas partes do país.

Em Rio Verde, uma equipe da TV Anhanguera foi até o endereço citado como sendo o de Yres Guimarães. A equipe localizou na cidade uma pessoa com o mesmo nome e o mesmo Cadastro de Pessoa Física (CPF). No entanto, nos registros da AGU, a financiadora é uma mulher e o morador encontrado é um homem.

Yres Guimarães confirmou que o CPF que está na lista da AGU é mesmo dele, mas negou que tenha alugado um ônibus. Ele, que exibe nas redes sociais o seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), admitiu que estava em Brasília no domingo, mas disse que não participou dos atos de vandalismo.

“Na hora que nós chegamos lá, já estava instaurado o caos, que eu nem sei como começou. Eu estive no ônibus, mas eu não conheço, eu fui convidado para ir. Foi tudo de graça, tudo por conta, mas quem bancou eu não sei falar”, disse Yres, que também confirmou ter recebido R$ 3 mil de benefício do Auxilio Emergencial, de abril a setembro de 2020.

Já em Catalão, a TV Anhanguera foi ao endereço de Rafael da Silva, que seria outro goiano apontado como financiador pela AGU. No entanto, ao chegar no endereço citado, a pessoa que mora, o operador de máquinas Joel Lourenço da Silva, na casa disse não conhecer uma pessoa com o nome do suposto financiador.

“Esse endereço eu sou o único morador. Foi eu que construí a casa há mais de 20 anos atrás. Muitos anos atrás, chegou aqui correspondências, cobranças com nome Rafael da Silva, mas não sei se é o mesmo”, disse o morador da casa.

Em consulta ao Portal da Transparência, foi localizado um registro com o nome de Rafael da Silva, com o mesmo CPF apontado como sendo o do financiador, no entanto, o registro aparece como sendo de um morador de Uberlândia, em Minas Gerais. Nos dados, inclusive, é possível ver que Rafael da Silva recebeu R$ 5,2 mil de Auxílio Emergencial, do Governo Federal.

Responsabilidade

No pedido à Justiça Federal, a AGU argumentou que os citados tiveram papel decisivo no desenrolar dos ataques ocorridos no dia 8 e, portanto, devem responder pelos danos causados ao patrimônio público federal. A AGU elaborou a lista de supostos responsáveis a partir da relação de mais de 80 ônibus citados em decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, que determinou a apreensão de veículos que levaram golpistas a Brasília.

“A aglomeração de pessoas com fins não pacíficos só foi possível graças ao financiamento e atuação das pessoas listadas no polo passivo, o que culminou nos atos de vandalismo às dependências dos três Poderes da República. E sob esse aspecto é de se ressaltar que tais pessoas possuíam plena consciência de que o movimento poderia ocasionar o evento tal como vimos”, diz o documento.


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