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Bruna Nunes de Faria investigava causa de AVCs que havia sofrido e não resistiu ao fazer exame com contraste em Goiânia

Mãe de psicóloga que morreu após passar mal em exame critica socorro à filha

31/12/2022, às 18:29 · Por Redação

A professora de educação física Jane Alves de Souza, mãe da psicóloga Bruna Nunes de Faria, denuncia a falta de preparo para o socorro da filha, que morreu após passar mal durante um exame de ressonância magnética numa clínica de Goiânia. Socorristas e paramédicos tentaram reanimar a jovem de 27 anos.

“Na hora que aplicou o contraste, ela falou assim: ‘Estou passando mal’, e começou a tossir. Eles a tiraram rápido, no colo. Eu fui junto para esse quartinho com ela e falei ‘pelo amor de Deus, o que está acontecendo com a minha filha?’. E já veio uma moça e aplicou uma injeção nela e ela falou: ‘Estou sem ar’. Foi a última palavra que ela falou”, desabafou.

Segundo a mãe, não havia uma equipe médica pronta, treinada e nem equipamentos para reverter a situação. “Se eles sabiam que existia essa possibilidade de reação ao contraste, tinha que ter todo o aparato para salvar ela. Tinha que ter um oxigênio. Tinha que ter uma maca preparada. Eles fizeram os primeiros socorros, mas a ambulância chegou em 20 minutos, ela já estava roxa”, disse a mãe.

Bruna fez o exame no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) Unidade II, que fica na Avenida Portugal, no Setor Marista. O procedimento foi realizado pela equipe do médico Ary Daher. A defesa dele disse que aguarda o resultado do laudo que vai determinar a causa da morte e que se solidariza com a família da jovem.

A defesa de Ary Daher explicou que o grupo CDI foi dividido em dois, que, por enquanto, seguem operando com o mesmo nome, mas que prestam serviços diferentes. A outra empresa de exames pertence aos médicos Luiz Rassi Júnior e Colandy Nunes. As clínicas funcionam de forma separada, apesar de estarem localizadas no mesmo endereço. Elas realizam exames distintos, com equipamentos distintos, médicos e colaboradores também distintos, segundo a defesa de Luiz Rassi.

Testemunha
A professora Divina Aparecida, de 42 anos, que estava no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) acompanhando outra paciente contou ao jornal O Popular que viu uma equipe apavorada indo de um lado para o outro.

A cunhada de Divina, que também passava por ressonância, relatou que a chamaram e ela ficou apavorada. “Me chamaram e eu achei que teria acontecido algo com a paciente que eu estava acompanhando. Quando entrei em um corredor eles estavam com a Bruna nos braços”, lembrou.

Apesar de não conhecer a paciente, ela decidiu tentar ajudar de alguma forma por ver a mãe de Bruna, Jane de Souza, sem forças. “Perguntei se eu poderia fazer algo e ela pediu para eu ver como a filha estava”, contou. Daí em diante, as lembranças são do sentimento de impotência que, segundo ela, emanava de todo o lugar.


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