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Goiânia, 29/05/24
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Levantamento mostra que, entre 2018 e 2021, o faturamento bruto do setor foi mais de três vezes maior do que o arrecadado pelo Estado no período

Em 4 anos, o agro foi responsável por 2,4% da arrecadação

04/12/2022, às 14:25 · Por Redação

Com um faturamento bruto mais de três vezes maior que a arrecadação de Goiás entre 2018 e 2021, o setor agropecuário goiano foi responsável por 2,4% de participação no que foi arrecadado de impostos no Estado no mesmo período. É o que mostra levantamento feito pelo jornal O Popular utilizando dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Secretaria Estadual de Economia.

Nesses quatro anos, considerando a correção pela inflação, o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária goiana chegou a aproximadamente R$ 352,3 bilhões; já a arrecadação do estado somou R$ 107,5 bilhões, dos quais o agro foi responsável por R$ 2,5 bilhões.

O valor da participação do agro na arrecadação goiana é quase oito vezes menor do que a de setores como a indústria, e 5,8 vezes inferior à média da contribuição do comércio goiano (atacadista e varejista) no mesmo período, considerando valores atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até outubro deste ano.

Se considerados os valores da arrecadação estadual entre janeiro de 2018 e outubro de 2022, o dado mais atualizado, o agro foi responsável pela arrecadação de R$ 3,3 bilhões, que representa 2,5% dos R$ 132,8 bilhões que entraram, via tributos, nos cofres do estado nesses quatro anos e dez meses.

Os dados mostram a baixa participação do setor na arrecadação estadual no momento em que agropecuaristas estão insatisfeitos com a criação de uma nova contribuição, que deve cobrar até 1,65% sobre a produção de algumas áreas do agro goiano, como cana-de-açúcar, soja, milho e carnes, além da mineração.

A proposta foi aprovada em definitivo pelos deputados estaduais na quarta-feira, 23, um dia após o plenário da Assembleia Legislativa ter sido invadido por produtores rurais, que quebraram vidros e interromperam a sessão, em meio aos protestos contra a aprovação do texto proposto pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil).

A contribuição será regulamentada por decreto, que ainda não tem data para ser editado, mas não deve atingir produções de leite, mandioca, arroz, feijão, suíno, frango, além de pequenos e médios agricultores, segundo tem reafirmado Caiado em uma tentativa de afastar críticas de agricultores de que a contribuição provocaria aumento no preço de produtos da cesta básica.


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