Poder Goiás
Goiânia, 29/05/24
Matérias
Divulgação

Médico que atestou morte por engano a idoso que foi levado vivo à funerária é afastado; após erro, idoso foi internado em outra unidade de saúde de Uruaçu, mas morreu dois dias depois

Médico que atestou morte por engano a idoso que foi levado vivo à funerária é afastado

03/12/2022, às 17:01 · Por Redação

O médico Lucas Campos, que atestou por engano a morte do auxiliar de serviços gerais José Ribeiro da Silva foi afastado das atividades no Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN). A defesa dele informou ao G1 Goiás que “vai se manifestar apenas perante os órgãos jurídicos institucionais”.

O caso é que na última quinta-feira, 1º de dezembro, José Ribeiro morreu, mas dois dias após ser dado como morto por engano no HCN em Uruaçu, no Norte de Goiás. O ocorrido é investigado pela Polícia Civil como homicídio.

José Ribeiro da Silva tinha 62 anos e foi diagnosticado com câncer na língua e começou a fazer tratamento em fevereiro desse ano. No dia 29 de novembro, o médico Lucas Campos atestou que o paciente, internado no HCN, tinha falecido. No documento que registra o óbito, foi constatada infecção causada em decorrência do câncer. O corpo, então, foi colocado em um refrigerador até ser encaminhado para a funerária.

A irmã de José, Aparecida Ribeiro da Silva, soube que o HCN tinha pedido documentos o auxiliar de serviços gerais e foi à unidade. Lá, foi recebida por um médico e uma assistente social, que informaram que o paciente tinha morrido. O corpo foi reconhecido por familiares e toda documentação para liberação do corpo, providenciada. Aparecida contou que providenciou uma funerária para que o corpo fosse levado para Rialma, cidade da família e que fica a 100 km de distância de Uruaçu.

“O funcionário da funerária me ligou desesperado pedindo para que eu fosse lá, que meu irmão estava vivo”, disse a Aparecida. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e levou o homem até o Hospital Municipal de Rialma, onde foi internado. “É inacreditável o que aconteceu, meu irmão passou cinco horas em um saco plástico, gelado. Foi horrível, é inadmissível uma situação dessas”, contou a irmã.

Já em outra unidade de saúde, o auxiliar de serviços gerais morreu no dia 1º de dezembro. O delegado Peterson Amin disse que teve a informação preliminar que a causa da morte foi hipotermia, devido ao tempo em que o idoso ficou em um refrigerador à espera da transferência para a funerária.

O caso tinha sido registrado inicialmente como tentativa de homicídio com dolo eventual. Porém, com o falecimento de José Ribeiro, a polícia alterou para homicídio. “Quando o médico é imperito ao ponto de dar como morta pessoa viva, assume o risco de matar ela depois”, disse o delegado Peterson Amin.

Já o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN) informou que uma sindicância foi instaurada para apurar a situação. “O diretor técnico do HCN foi para Rialma, cidade do paciente que estava em tratamento paliativo oncológico no hospital, para prestar assistência e dar apoio ao mesmo e aos familiares”, diz a nota da unidade.


Erro Médico HCN Óbito Uruaçu Rialma Goiás
P U B L I C I D A D E