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Rui Barbosa Gomes e a caixa de som que estava ligada em sua casa em Goiânia

PM suspeito de matar vizinho em Goiânia após briga por som alto é solto menos de 12 horas após crime

26/11/2022, às 15:31 · Por Redação

O policial militar Arcício Ribeiro Barros Neto, que é suspeito de matar o vizinho durante uma briga por causa de som alto, foi solto em menos de 12 horas após o crime em Goiânia. O crime aconteceu na madrugada desta sexta-feira, 25, e a decisão que determinou a liberdade provisória do agente foi emitida no período da tarde pela juíza Érika Barbosa Gomes Cavalcante. A vítima é o mecânico Rui Barbosa Teixeira.

À TV Anhanguera, o advogado do policial militar, Michel Ximango, afirma que Arcício não tinha a intenção de matar o vizinho. "Se ele tivesse a intenção de matar, ele já teria ido lá na primeira situação e feito alguma coisa. Ele saiu, estava na calçada andando, indo embora, a pessoa pegou o carro, foi atrás dele e jogou o carro em cima dele", pontua.

Para o delegado responsável pelo caso, Eduardo Carrara, a atitude do policial, "de ir para casa dormir após os fatos não é condizente com quem sofreu uma tentativa de homicídio e reagiu". Ele relatou que o que se espera de um policial militar, integrante das forças policiais, “é que acione a Polícia Militar, que vá até o local, que apure o que ocorreu", disse o delegado.

Em nota a Polícia Militar afirmou que, ao tomar conhecimento do caso, realizou o atendimento do fato, identificou o policial como suposto autor e o conduziu até a delegacia. Além disso, a corporação reiterou não compactuar com "nenhum tipo de desvio de contuda e que o caso está sendo apurado com o rigor devido"

A decisão que liberou o policial militar após a audiência de custódia foi emitida antes do corpo do mecânico ser liberado para o velório. No documento, a magistrada alegou que o soldado é réu primário e, por isso, concedeu a liberdade desde que ele cumpra algumas condições, entre elas se comparecer mensalmente ao fórum para informar e justificar suas atividades. 

Entenda o caso

O caso aconteceu na madrugada desta sexta-feira, próximo à 1h da manhã, no Jardim Novo Mundo, em Goiânia. Logo depois da morte de Rui Barbosa Gomes, que foi atingido por disparos de arma de fogo realizados pelo policial, o agente foi preso em flagrante e admitiu ter atirado no vizinho. Junto com ele, foram apreendidos uma arma de fogo, 15 municções calibre 9 milímetros e um carregador de pistola.

No boletim de ocorrência, a Polícia Militar informa ter encontrado a vítima morta dentro do próprio carro. No local, a corporação ainda narrou que a esposa da vítima, Geiziele Ferreira, contou que o soldado e o mecânico tiveram uma discussão minutos antes do crime, por causa do som que estava ligado na casa do casal.

Ainda de acordo com Geiziele, a caixa de som que estava sendo utilizada havia sido um presente de um amigo para Rui e aquele era a primeira vez que o mecânico utilizava o aparelho, para comemorar a vitória da seleção brasileira em sua estreia na Copa do Mundo. Segundo a esposa do mecânico que morreu baleado, o soldado teria ido até a casa do casal com a arma, apontado a pistola para a cabeça de Rui e o mandado abaixar o volume.

"Quando eu saí, ele já estava nervoso aqui e o carro de ré, e ele me falou: O cara entrou aqui dentro de casa, ele já veio com a pistola preta na mão, colocou a arma aqui na minha cara, no som e mandou eu desligar o som", disse Geiziele. "Ele falou: Eu vou desligar por quê? Eu estou dentro da minha casa", complementou a mulher.

Em depoimento, logo após a prisão, o policial disse que estava voltando de um galpão onde guarda pneus e que foi surpreendido pela vítima, que jogou o veículo contra ele. O soldado ainda disse que conseguiu se esquivar do carro e que não foi atingido. Arcísio também afirmou que, logo depois, o mecânico deu marcha ré e que começou a gritar que iria matar o policial, ameaçando a jogar o carro novamente.

Em seguida, o suspeito disse que, naquele momento, sacou a arma e atirou três vezes contra o carro, em legítima defesa. O policial disse que, depois dos disparos, continuou o trajeto para casa e afirmou não ter chamado a Polícia Militar por ter ficado transtornado.


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