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Médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, foi denunciado por cerca de 500 mulheres por crimes sexuais

Juiz de Goiás é acionado no CNJ por caso João de Deus

22/11/2022, às 14:10 · Por Redação

O juiz do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) Marcos Boechat Lopes Filho informou que a sentença dos processos contra o médium João de Deus será publicada nos próximos dias. O anúncio foi feito após a ativista Andrea Mannelli denunciar o juiz ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) alegando uma demora no processo. Ela é uma das cerca de 500 mulheres que denunciaram João de Deus por crimes sexuais e, em uma rede social, desabafou e disse que não vai desistir de buscar por Justiça.

“Minha decisão de acionar o Conselho Nacional de Justiça por essa inércia absurda nasce de um inconformismo de testemunhar essa demora na condução de um processo de um dos casos mais emblemáticos de violência contra mulher no Brasil. Violenta não somente as vítimas, mas uma sociedade inteira que é afetada por esse tipo de crime”, escreveu.

Em nota, o juiz Marcos Boechat Lopes Filho explicou que está “redigindo três sentenças em conjunto do caso João de Deus, incluindo a do processo de Andrea, as quais serão publicadas nos próximos dias”, disse, acrescentando que se trata de caso complexo e que os três processos envolvem 17 vítimas no total e cerca de 4 mil páginas, para além de depoimentos de mais de uma centena de testemunhas.

A petição de Andrea foi enviada ao CNJ pela advogada Luiza Eluf no dia 17 deste mês. O magistrado afirmou que o processo de Andrea “está concluso” há cerca de 70 dias e que o prazo que o CNJ e a Corregedoria cobram dos juízes é de 100 dias. Em nota, o CNJ informou que, de acordo com a Secretaria Processual, não há no Conselho nenhum processo tramitando contra o juiz.

O juiz explicou ainda que se trata de um caso complexo e que os três processos envolvem 17 vítimas e tem cerca de 4 mil páginas. Além de depoimentos de mais de 100 testemunhas. A nota ressalta ainda que a última audiência do caso João de Deus será no dia 7 de dezembro e todos os processos pendentes estão na fase final e serão julgados até o início do ano que vem.

Caso João de Deus
As denúncias contra João Teixeira de Faria vieram à tona no dia 7 de dezembro de 2018, quando mulheres deram entrevistas ao programa Conversa com Bial, da TV Globo. Elas denunciaram que foram abusadas sexualmente pelo idoso durante atendimentos espirituais na casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. João de Deus está preso em regime domiciliar em Anápolis. 

Após a repercussão, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) criou uma força-tarefa para investigar as denúncias contra o idoso. O órgão chegou a receber mais de 300 denúncias contra o acusado de crimes sexuais. Ele sempre negou as acusações.


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