Poder Goiás
Goiânia, 29/05/24
Matérias
Divulgação

Documento do Ministério Público relata que vítima estava embriagada e foi atingida em região fatal por disparo feito a um metro de distância

PM teria atirado em homem em Goiânia após ser provocado, afirma MP

19/11/2022, às 09:45 · Por Redação

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) afirma em um requerimento enviado à Justiça que um homem embriagado de 31 anos foi morto por um policial militar durante uma abordagem com um tiro a menos de um metro de distância em uma região fatal do corpo após reclamar de uma suposta agressão dizendo: “Que isso! Tá doido? Me mata logo!” Testemunhas teriam dito que pouco após esta exclamação da vítima, o cabo da PM José Alves da Silva, de 59 anos, apontou a arma e efetuou um disparo, como mostra o jornal O Popular.

O comerciante David dos Santos Sousa estava com a mãe em um pitdog na Alameda Emílio Póvoa, em Goiânia, por volta de 20h30 do dia 17 de julho, um domingo, quando o cabo chegou com um sargento em uma viatura para atender uma ocorrência de ameaça que teria sido feita por David contra uma comerciante em uma distribuidora a poucos metros dali. Nervoso e agressivo por causa da embriaguez, David atacou a mulher e destruiu parte do estabelecimento ao não conseguir comprar mais bebida alcoólica no local.

A dona da distribuidora chamou a Polícia Militar por temer que David voltasse ao local, como teria ameaçado fazer, inclusive dizendo que retornaria com uma faca. Porém, quando ele foi abordado pelos policiais estava esperando um lanche com a mãe. Ela, a irmã e o cunhado da vítima dizem que o cabo foi a todo momento agressivo. Já o policial, seu colega e mais uma testemunha dizem o contrário.

Após ser baleado entre o pescoço e o ombro, David foi levado pelo cunhado e pedestres ao Hospital e Maternidade Dona Iris, para os primeiros-socorros, e depois para o Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo), onde ficou internado por sete dias e morreu em decorrência de um traumatismo na medula cervical na altura do pescoço causado pelo disparo. Durante este tempo, seus familiares foram impedidos de visitá-lo.

No documento do MP-GO, protocolado nesta quinta-feira, 17, pedindo que a Justiça Militar deixasse o processo que tramita por lá com a Comum, a promotora Adrianni Santos Almeida afirma que no mínimo a ação do policial configura-se como um caso de dolo eventual, quando o ferimento é causado sabendo das consequências. “O militar, antevendo como possível o resultado lesivo com a prática de sua conduta, não se importou com sua ocorrência, assumindo o risco”, escreveu.


Cidade Abordagem PM Goiás
P U B L I C I D A D E