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Valério Luiz Filho na porta do TJ-GO em Goiânia

Valério Luiz Filho diz sentir mal depois da soltura de Maurício Sampaio

13/11/2022, às 09:58 · Por Redação

O filho de Valério Luiz concedeu entrevista neste sábado, 12, e falou sobre a saída de Maurício Sampaio do presídio dois dias depois de ser condenado a 16 anos de prisão por mandar matar o radialista, em Goiânia. Assistente de acusação do caso, Valério Luiz Filho disse que o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja feito o entendimento da necessidade de prisão imediata.

“Honestamente, eu me senti mal”, disse Valério Luiz Filho sobre a soltura de Sampaio. “Mas ainda assim existem coisas que podem ser feitas. O MP já acionou o STF para que ele entenda que é o caso de cumprimento imediato de pena, como aconteceu no caso da Boate Kiss”, explicou. Valério Luiz Filho ainda comentou que a liminar expedida pelo desembargador Ivo Favaro pode ser contestada. “Essa liminar pode ser não confirmada pela câmara criminal da qual Ivo Favaro faz parte”, afirmou.

Maurício Sampaio, Urbano Malta, Ademá Figueredo e Marcus Vinícius Xavier tiveram a prisão imediata declarada após condenação em júri popular. O réu Djalma Gomes da Silva, que foi acusado de ter ajudado no planejamento do assassinato e também atrapalhado as investigações, foi absolvido. Urbano Malta, Ademá Figueredo seguem presos até este sábado. Todos alegam ser inocentes.

O julgamento, que durou três dias, ocorreu após quatro adiamentos. O radialista Valério Luiz foi assassinado a tiros em 5 de julho de 2012, na porta da rádio onde trabalhava na capital. Na época, a investigação da Polícia Civil apontou Maurício Sampaio como mandante do crime por causa de críticas que o radialista fazia contra diretoria do Atlético-GO.

Valério Luiz Filho disse que, apesar de tudo, está tranquilo e acredita que Maurício Sampaio não vai reverter a decisão. Ele ressaltou que, na interpretação dele, os condenados apresentam os preceitos necessários para serem presos de forma imediata. “Eu consigo ver isso com maior tranquilidade. Mas, ainda assim, achando ruim, porque para mim existiam os requisitos para eles serem presos”, disse. “De uma forma ou de outra o destino dele é um só, a cadeia”, completou.

Valério Filho também criticou a estratégia de defesa de Maurício Sampaio. O habeas corpus foi solicitado pelo advogado Luiz Carlos da Silva Neto, que tinha deixado o caso. “Eles usam um advogado em plenário e nos bastidores usam outro”, disse o advogado e assistende de acusação. “Então eles têm uma pessoa para fazer a defesa técnica e tem a pessoa para ficar obstruindo a Justiça. Isso o desembargador não levou em consideração”, completou.

Valério Filho afirmou que os réus não são “comuns” e citou que a situação econômica de Maurício o favorece. “Isso nos deixa indignados, de alguns não entenderem que eles não são réus comuns. São réus que contam com uma alta capacidade econômica e uma alta capacidade de obstrução e de manipulação da justiça”, defendeu.

Para ele, as pessoas acabam sendo pessimistas quanto a Justiça ao acharem que Sampaio não vai cumprir pena, mas ele ressalta que soltura “é temporária”. “Esse tipo de descrença fomentada por um tipo de liminar como essa nos entristece”, disse.

A equipe de Luiz Carlos da Silva Neto afirmou que a obstrução da justiça é uma prática criminosa e que o advogado "atua pela liberdade de um homem inocente", além de ter o direito e dever de defender seus clientes com o manejo profissional das garantias processuais, sobretudo em casos criminais. "Não agimos nos bastidores e de forma escusa", reiterou.


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