Poder Goiás
Goiânia, 29/05/24
Matérias
Divulgação

Líder do Movimento Agro pela Democracia em Goiás, Jalles Fontoura, concedeu entrevista ao Poder Goiás e comentou sobre as manifestações que fecham rodovias e do apoio do irmão a Balsonaro

Jalles Fontoura diz que ‘movimento nas estradas não tem participação popular’

02/11/2022, às 13:15 · Por Eduardo Horacio

Empresário do agronegócio, que declarou apoio ao, agora, presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das Eleições de 2022 e suplente do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) na disputa deste ano para senador de Goiás, Jalles Fontoura (PSDB) concedeu entrevista exclusiva ao Poder Goiás nesta terça-feira, 1º de novembro, e comentou sobre as manifestações que fecham rodovias desde o último domingo, 30, quando o resultado das urnas foi consagrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Fontoura falou, ainda, ao portal sobre as ações realizadas pelo Movimento Agro pela Democracia, bem como as convergências que precisam ser resolvidas no setor, além do apoio do seu irmão, ex-prefeito de Goianésia Otávio Lage (PSDB) à campanha de reeleição de Jair Bolsonaro (PL) em vídeo publicado nas redes sociais do político. Confira a entrevista na íntegra.

Poder Goiás: Os trabalhos relacionados ao Movimento Agro pela Democracia continuam?
Jalles Fontoura: Sim, continuam. Na verdade, estamos trabalhando em prol dos desdobramentos das próximas ações, que visam incorporar, agora, todas as instituições do setor em Goiás com um mesmo objetivo, tendo ainda muitas situações convergentes e muito assunto a incorporar e fazer uma pauta única, principalmente, começar a dar voz ao segmento do agronegócio, sendo fundamental para o Centro-Oeste e também para o próprio presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Poder Goiás: E quais são esses assuntos convergentes?
Jalles Fontoura: O primeiro, por exemplo, é a questão do comércio externo, das commodities, como soja, carne, proteína animal, milho etc. Segundo, trabalhar as questões de logística, transporte, que é fortíssimo para gente que está a mais de mil quilômetros dos portos brasileiros. E depois a ciência e tecnologia, que é algo importantíssimo e que muda muito rápido e precisa sempre de atualização. Terceiro, na nossa ótica, meio ambiente, que é um assunto para nós fundamental e prioritário, uma vez que Cerrado está desaparecendo e nós precisamos conciliar produtividade com proteção ambiental, também muito importante, além, inclusive, da parte do agro com a democracia, que são entrelaçados, já foi reafirmado com o resultado da própria eleição.

Por exemplo, hoje o presidente Bolsonaro já dá sinal da transição e outra coisa para nós que é importante reafirmar com o presidente o direito de propriedade. Lembrando que fui Constituinte exatamente com essa pauta e lutando por esse setor, que precisa ser reafirmado para satisfação de quem ainda tem algum receio, mas, na verdade, como se deu importância e o próprio presidente falou nisso, então a gente vai por na pauta.

Poder Goiás: E o bloqueio das rodovias, qual é a sua opinião?
Jalles Fontoura: Isso não é mais do que desabafo de algumas pessoas. Eu passei, vindo de Goiás para Goianésia, em três bloqueios e estive conversando com as pessoas nos três. Veja bem, nenhuma participação popular, são meio dúzia de pessoas que param os seus caminhões grandes e tratores. Uma participação periférica, gente do agro periférico e nada relevante, sem pauta, nem para caminhoneiro e nem para o agronegócio. Quer dizer, é um processo que vai se dissolver rapidamente. É um desabafo de alguém que está frustrado.

Poder Goiás: O senhor apoia a polícia de desmanchar esses protestos?
Jalles Fontoura: Nesse caso, o processo precisa ter um cuidado porque não pode criar um mártir.

Poder Goiás: Mas como seria, uma retirada sem confrontos?
Jalles Fontoura: Não pode ter algo nesse sentido: 'a polícia fuzila um líder dos caminhoneiros’. Aí dá problema e, por isso, precisa ter cuidado. Esses cuidados são fundamentais para estabelecer a ordem, e outra coisa, o movimento, como não tem apoio popular, não tem importância, não tem pauta, ele acaba sozinho. Agora, não pode atrapalhar as pessoas. O ir e vir é fundamental. Dessa forma, atrapalha muito, a chegada da comida, a ambulância, ou seja, atrapalha tudo. A lei tem que agir. Esse protesto é ruim porque atrapalha as pessoas. Importância esse movimento não tem.

Poder Goiás: Sobre o movimento pelo agro que o senhor liderou, quer acrescentar algo?
Jalles Fontoura: Bom, eu acho que tudo está seguindo uma linha que gostaríamos. As pessoas querem abrir diálogo. O presidente Lula já está eleito, confirmado, é um fato consumado. Nós precisamos agora otimizar esse trabalho em relação ao agro para que o Estado ganhe com o que propomos.

Poder Goiás: O senhor convenceu o seu irmão Otávio Lage a votar no Lula?
Jalles Fontoura: Impossível. Otavinho é Trump, você acredita? (risos). Para você ter uma ideia, naquela eleição de 2018, que nós tínhamos o Geraldo Alckmin como candidato do nosso partido, ele já votou direto, no primeiro turno, para o Bolsonaro. Então, não tem jeito. É uma pena, o Otavinho é tão discreto, mas enfim.

Poder Goiás: Mas apesar de qualquer coisa, a família está unida?
Jalles Fontoura: Está sim. A maioria votou no Lula. Aqui em casa, digo, meus filhos, meus genros foram uma unanimidade.

Poder Goiás: Mas não vai ter briga no Natal?
Jalles Fontoura: Não. Já acabou. Nós nunca tivemos briga, nunca. Aqui é muito tranquilo. Já passou. Aliás, nós vamos passar o Natal juntos.


Entrevista Política Eleições 2022 Movimento Agro pela Democracia Goiás
P U B L I C I D A D E