Justiça determina reconstituição do caso que PM atirou contra jovem durante show em Goiânia

A Justiça de Goiás determinou a reconstituição do caso em que um policial militar atirou contra um jovem durante o show da dupla Henrique e Juliano em Goiânia. No evento, que aconteceu no dia 5 de junho, no Estádio Serra Dourada, Francis Junio Ribeiro foi atingido por três tiros e passou dias internado, mas já recebeu alta. A decisão foi assinada pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara na últia sexta-feira, 28, após pedido realizado pelo Ministério Público de Goiás.

No documento, foi dado um prazo de 5 dias para que as partes encaminhem à Justiça os quesitos, que são perguntas feitas pela defesa do suspeito e pelo Ministério Público que devem ser respondidas pelo perito, para a realização da reprodução. Logo depois, os quesitos e os demais documentos devem ser encaminhados pela Justiça ao Instituto de Criminalística que realiza a perícia. Assim que o instituto for oficiado, deve ser designada uma data para a realização da simulação, que deve ser feita em 30 dias.

Ainda, conforme o solicitado da reconstituição, o Ministério Público justificou que busca esclarecer "as circunstâncias/dinâmica em que a infração penal aconteceu". O órgão ainda solicitou a presença do acusado, das vítimas e de outras testemunhas durante a reprodução. Pedro Henrique Cândido Negreiro se tornou réu por tentar matar Francis Junio no último dia 20 de julho. Ele está em liberdade. Em nota emitida na época do fato, a Polícia Militar afirmou que abriu um processo administrativo disciplinar para apurar o caso. 

O caso
Em vídeo que circulou nas redes sociais mostra Francis Junio Ribeiro, de 27 anos, caído no chão após ser baleado por um policial militar durante a confusão. A irmã do jovem, Lidiany Ribeiro, contou que estava no show com Francis, familiares e alguns amigos em um grupo com oito pessoas. O militar foi preso. Ele disse em depoimento à Polícia Civil que uma pessoa tentou pegar a arma de sua cintura, foi jogado no chão e atirou para cima para se defender, mas que não percebeu se o tiro acertou alguém. 

Já a versão de Francis sobre o que aconteceu foi colhida pela Polícia Civil na sexta-feira, 24. "Lembro do que aconteceu, que houve um esbarrão, lembro dos empurrões e dos tiros", resumiu. O jovem contou ainda que correu assim que ouviu os disparos, mas que sentia muita dor e acabou caindo. Francis disse que não se lembra bem de como foi socorrido, que teve apagões e que sangrou muito.

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