Goiás tem Auxílio Brasil quadruplicado em ano eleitoral

O montante de recurso usado no pagamento do Auxílio Brasil para famílias goianas saltou de R$ 74 milhões em janeiro de 2022 para R$ 291 milhões em setembro, o que representa ter quadruplicado o valor de repasses na comparação entre os dois meses. A quantidade de famílias contempladas pelo benefício também cresceu, conforme levantamento do jornal O Popular, passando de 393 mil em janeiro para 482 mil no mês passado, 89 mil a mais.

O valor total do repasse foi estável no primeiro semestre do ano e começou a crescer de forma expressiva a partir de julho, em resultado de medidas tomadas pelo governo federal como estratégia eleitoral para aumentar a popularidade do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) entre a população de baixa renda.

O Auxílio Brasil substituiu o antigo Bolsa Família, criado em 2004 durante governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Bolsonaro na eleição de 2022. O programa carregou ao longo dos anos a marca das gestões petistas. Para criar o Auxílio Brasil, Bolsonaro editou medida provisória (MP) em agosto de 2021, que quatro meses depois foi aprovada no Congresso Nacional com valor médio do benefício de R$ 217,18.

Na época em que a MP foi editada, o valor médio do Bolsa Família era de R$ 187. Em dezembro do ano passado uma nova MP criou o incremento de R$ 200 ao benefício de forma extraordinária, o que fez com que parte dos pagamentos chegasse a R$ 400. Depois disso, por decreto, a possibilidade de receber este teto foi estendida até dezembro de 2022. Em maio deste ano foi sancionada lei que fixou o teto do auxílio em R$ 400 de forma permanente.

Em julho de 2022, o governo federal conseguiu aprovar no Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com pacote de bondades que turbinou benefícios sociais em R$ 41 bilhões. No caso do Auxílio Brasil, o valor médio da parcela mensal passou de R$ 400 para R$ 600 entre agosto e dezembro, período que contempla a campanha eleitoral. O futuro do Auxílio Brasil é incerto. As campanhas de Lula e Bolsonaro buscam estratégias para manter os R$ 600 ou valor próximo em eventual governo. 

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