Meirelles defende furar teto para bancar Auxílio de R$ 600

Se dependesse do ex-ministro da economia Henrique Meirelles (PSD) a saída para manter o Auxílio Brasil na casa dos R$ 600 em 2023 seria furar o teto de gastos. A opinião do economista ganha mais repercussão já que além de aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele é um dos cotados para chefiar o Ministério da Economia, em um possível governo do petista.

“Não é possível chegar para a família que precisa dos R$ 600 para comer e dizer que, a partir de agora, serão apenas R$ 400. Não dá, pelo menos durante um bom tempo, até o país ter condições de criar emprego e renda”, afirmou Meirelles, durante participação em uma live realizada pelo banco Itaú na última terça-feira, 25.

“Criar uma excepcionalidade para 2023, aquilo que o mercado chama de ‘waiver’ (dispensa de uma exigência), dizendo o seguinte: ‘em 2023, nós vamos excepcionalmente superar o teto’ , mas com uma sinalização ao mercado de que as regras voltariam a ser cumpridas mais à frente, eventualmente com algum ajuste em relação ao prazo”, disse ele.

Meirelles disse que a manutenção do Auxílio Brasil na casa dos R$ 600 em 2023 geraria um custo adicional de R$ 53 bilhões por ano aos cofres públicos. Isto tomando como base o atual plano de orçamento para o próximo ano, que prevê um repasse de R$ 405 por família. Assim, independente do presidente que assumir em janeiro, ele terá que indicar de onde vai sair mais dinheiro.

Hoje, o Auxílio Brasil do Governo Federal já paga R$ 600 mínimos por família. Contudo, da maneira como está desenhado hoje, o projeto na verdade aponta para um repasse de caráter emergencial, que está garantido oficialmente apenas até o final deste ano. A partir de janeiro de 2023, ainda não há uma clareza em relação ao programa.

O ex-presidente Lula (PT) disse em entrevista nesta terça-feira, 25, que pretende dialogar com o Congresso Nacional ainda este ano, para garantir os pagamentos do Auxílio Brasil no valor de R$ 600 por família. 

“Se nós ganharmos as eleições, vamos ter de começar a conversar com o Congresso já, para que a gente possa colocar o dinheiro necessário para cumprir aquilo que está previsto. Você não pode mudar repentinamente, você não pode deixar as pessoas órfãs de pai e mãe no começo de ano”, disse em entrevista à Rádio Nova Brasil FM.

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