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Goiânia, 29/05/24
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Yeda Batista, de 46 anos, morreu após ter hemorragia na perna ao ser prensada em tumulto na venda da 'picanha mito' em Goiânia

Empresa não ligou e nem prestou qualquer tipo de apoio a filha de mulher que morreu após tumulto por 'picanha mito'

09/10/2022, às 11:50 · Por Redação

Depois do ocorrido com a Yeda Batista, de 46 anos, que morreu no domingo de eleição, 2, depois de tentar comprar a "picanha mito", vendida a R$ 22 o quilo em referência ao presidente Jair Bolsonaro (PL) em Goiânia, o perfil dela teve que ser bloqueado no Instagram pela filha depois de receber ataques de desconhecidos na última semana.

Após o tumulto no Frigorífico Goiás, Yeda teve uma perna prensada, desenvolveu hemorragia e morreu horas depois em um hospital da capital goiana. Desde então, a rede social dela tem recebido ataques, em sua maioria envolvendo comentários políticos.

"Sempre que sai uma reportagem ou uma publicação, saem comentários ofensivos, envolvendo política. A minha família está muito fragilizada. Ter que ler esses comentários é muito cruel com todos nós", desbafou ao G1 Goiás uma filha, que preferiu não ser identificada.

A jovem contou ainda que o frigorífico não ligou e nem prestou qualquer tipo de apoio após a morte da mãe. "Mas não vamos baixar a cabeça. Por Deus e por ela", ressaltou. Já o Frigorífico Goiás, sempre que procurado, se limita a responder por intermédio de uma funcionária que "a empresa não vai se pronunciar".

Ela relatou que houve desorganização da empresa no dia da promoção. "Não tinha uma fila estabelecida. Não entregaram senha para organizar o atendimento e ainda abriram as portas uma hora depois do que foi anunciado", comentou.

A filha de Yeda Batista explicou que a mãe e o pai se programaram para chegar cedo ao frigorífico justamente para evitar tumulto e comprar carnes para um churrasco que fariam em comemoração ao aniversário de 71 anos da avó. A vítima, que era empresária, tinha uma doença autoimune que afetava os rins e a circulação de sangue no corpo.

O marido de Yeda contou que ela acabou sendo prensada contra uma porta, se sentiu mal e decidiu esperar por ele no carro. Quando o homem voltou, percebeu que a perna da esposa estava muito inchada e ela reclamava muito de dor. O casal, então, voltou para casa. O marido contou que saiu para votar, mas Yeda ligou dizendo que seguia com muitas dores. Ele retornou e a levou a um hospital para receber os primeiros atendimentos.

Os médicos, então, a transferiram para uma unidade especializada em angiologia, pois o problema era vascular. A mulher, porém, não resistiu e morreu devido a uma hemorragia. Familiares registraram boletim de ocorrência relatando a morte para a Polícia Civil. O caso foi registrado inicialmente como morte acidental.


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