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Ismael teria hoje 68 anos se ainda estivesse vivo

Ex-oficial do Exército vai a júri popular por crime de tortura e homicídio em Goiânia durante a ditadura

28/07/2022, às 15:25 · Por Redação

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o militar da reserva Rubens Robine Bizerril, por sequestro e homicídio do estudante Ismael Silva de Jesus entre julho e agosto de 1972 durante a ditadura militar.  Na denúncia, o MPF pede para que Bizerril seja submetido ao tribunal do júri, nos termos dos artigos 406 e 387 do Código de Processo Penal, com indenização à família da vítima.

Bizerril é acusado de agir com ajuda de outros oficiais do Exército Brasileiro não identificados ou já falecidos, sequestrando e privando de liberdade a vítima com torturas físicas e psicológicas intensas com choques elétricos, tapas no ouvido, chutes, socos e golpes de toalha molhada, vindo a falecer no dia 9 de agosto de 1972. 

O crime ocorreu nas dependências do 10º Batalhão de Caçadores, em Goiânia e se estivesse vivo, Ismael teria hoje 68 anos. Nascido em Palmelo de Goiás, Ismael era filho de Jandyra Jesus da Silva e Ismail Augusto da Silva, estudante secundarista no Colégio Estadual Professor Pedro Gomes (CEPPG) e membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), quando foi perseguido e morto aos 19 anos.

O rapaz havia sido eleito à tesouraria do PCB e a operação foi desencadeada para desmantelar o o partido. As atividades de Ismael eram limitadas à tesouraria, não tendo qualquer envolvimento em resistência armada, no qual se manifestava contrário.

Sua morte foi manipulada para que parecesse suicídio e Bizerril teria, inclusive, determinado aos médicos legistas que falsificassem o laudo de causa de morte de Ismael, como asfixia mecânica. O corpo da vítima foi devolvido à família com claros sinais de espancamento, sangue e um furo no olho direito. 


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