Poder Goiás
Goiânia, 29/05/24
Matérias
Divulgação

As pesquisas de intenção de voto divulgadas também ajudam a travar a ambição vislumbrada por Marconi

Análise: Isolamento, pesquisas e PSDB nacional podem empurrar Marconi para deputado federal

26/07/2022, às 23:02 · Por Eduardo Horacio

Após ensaiar um retorno triunfal ao cenário político em Goiás, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) pisa no freio e reavalia o momento eleitoral a menos de 10 dias do fim do período de convenções para as eleições de outubro. O tucano chegou a ser lançado pré-candidato a governador no último dia 16, mas agora ensaia um voo mais baixo e modesto, para a Câmara dos Deputados.

Se for candidato a uma das 17 cadeiras de Goiás na Câmara dos Deputados, a decisão de Marconi será a opção mais pragmática e segura – garantindo, assim, mandato e foro privilegiado. Sem contar que o ex-governador não teria dificuldades em se eleger com boa votação, talvez suficiente até mesmo para fortalecer a bancada de parlamentares do PSDB no Estado, a maior ambição do partido nacionalmente.

Ao tentar viabilizar a quinta candidatura ao governo, Marconi esbarra em uma realidade difícil, mas comum aos políticos que militam na oposição. Cabe a ele enfrentar as adversidades ou se render a elas. Fato concreto é que, após meses de conversas e articulações, o ex-governador não conseguiu um único apoio substancial, pelo menos até aqui. Marconi pelejou para ser visto e ouvido por Gustavo Mendanha, mas de nada adiantou. Nenhuma legenda e nem mesmo antigos aliados fiéis demonstram interesse em segui-lo no atual projeto.

As pesquisas de intenção de voto divulgadas também ajudam a travar a ambição vislumbrada por Marconi. Em terceiro lugar na disputa pelo governo – com 15% das intenções de voto no Serpes –, o ex-governador caminharia para ser mero coadjuvante, distante do protagonismo de antes. Sua rejeição é a mais alta no Estado (30% no Serpes) e dramática em Goiânia (50% no Serpes). O papel eleitoral desenhado para o tucano, até o momento, é o de coadjuvante que ajudaria a arrastar a eleição para o segundo turno. Candidato à reeleição, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) é o favorito.

A alternativa mais trabalhada por Marconi e seus aliados para bancar a candidatura majoritária foi uma aproximação com o PT. O tucano teria apoio ao seu projeto e, em troca, abriria palanque para o ex-presidente Lula em Goiás.

O PT ainda não viu sinal nenhum de reciprocidade para embarcar na aventura. Partidos historicamente antagônicos, a aliança encontra resistência dos dois lados no Estado. A ideia também sofre resistência da cúpula nacional do PSDB, que pretende indicar o senador Tasso Jereissati (CE) candidato a vice-presidente na chapa da senadora Simone Tebet (MS).

Diante das dificuldades, Marconi passou a analisar nos últimos dias uma candidatura à Câmara dos Deputados. O projeto é incentivado pelos caciques do PSDB. A eleição de Marconi reforça a bancada de deputados federais, hoje fundamental para elevação do fundo partidário e, consequentemente, para a própria sobrevivência da legenda.


Análise Marconi Perillo Eleições 2022 PSDB PT Gustavo Mendanha
P U B L I C I D A D E