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Goiânia, 29/05/24
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Natan Vinícius Gonçalves denuncia que foi acusado de furto em farmácia por ser negro

Cabeleireiro denuncia ter sido acusado de furtar creme em farmácia de Goiânia por ser negro

26/07/2022, às 12:05 · Por Redação

Um cabeleireiro de 20 anos denuncia que foi vítima de preconceito ao ser confundido com um ladrão após comprar um creme em uma farmácia de Goiânia. Uma câmera de segurança registrou quando Natan Vinícius Gonçalves foi abordado por dois homens dizendo que ele tinha furtado a mercadoria. “Eu estava trabalhando. Isso para mim foi muito humilhante, principalmente por terem ido na porta do meu trabalho. Foi algo que me doeu muito”, disse o profissional à TV Anhanguera.

Natan trabalha em um salão como colorista de cabelo. Na sexta-feira, 22, ele deixou uma cliente esperando e foi até uma farmácia comprar um creme para diluir a tintura. Ele pagou R$ 5,87 no produto e saiu. “Eu paguei com cartão e disse que não precisava da sacola, agradeci e saí direto para o salão”, contou.

Quando chegava ao local de trabalho, foi abordado por dois homens, sendo um o gerente da farmácia, pois o outro ele não conseguiu identificar. “Eu escutei o cara falando: ‘Ali, é ele’. Eu olhei para trás e vieram os dois homens me acusando de roubo e tentando puxar o creme da minha mão, perguntando o que eu tinha roubado”, disse o cabeleireiro.

Indignado, Natan se dispôs a voltar à farmácia para que a atendente do caixa confirmasse que ele tinha comprado o creme. “Logo em seguida veio uma moça falando que me viu pagando e saindo com o produto”, contou.

O cabeleireiro disse que se sentiu desrespeitado e vítima de preconceito. Ele pretende registrar o caso na Polícia Civil e só não fez nesta segunda-feira, 25, porque as repartições estaduais estavam fechadas por conta do feriado. “Eu me senti humilhado, porque pessoas como eu, pessoas pretas, LGBTs, a gente sempre tenta evitar esse tipo de coisa, sempre tenta evitar passar uma imagem que as pessoas vão julgar”, completou.

A Drogaria Santa Marta disse que repudia qualquer forma de crime, como preconceito, racismo e agressão, dentro e fora da empresa. A farmácia disse ainda que o código de ética aponta que todos os clientes devem ser tratados com imparcialidade, livres de preconceito e está apurando internamente o caso.


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