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Goiânia, 29/05/24
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Valor do benefício pode chegar a R$ 1 mil e é visto como esmola e eleitoreiro por líderes da categoria

Auxílio pode ser pago a 49 mil caminhoneiros de Goiás

12/07/2022, às 15:25 · Por Redação

O auxílio caminhoneiro, no valor de R$ 1 mil, criado para compensar as perdas dos transportadores autônomos por conta dos reajustes no preço do óleo diesel, deve ser pago a quase 49 mil profissionais de Goiás. Mas os representantes da categoria criticam o benefício, o qual classificam como eleitoreiro e definem como “auxílio esmola”, diante da forte alta dos custos e dos baixos preços do frete, que estariam defasados.

O benefício está na Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a chamada ‘PEC das bondades’, já aprovada pelo Senado e que deve ser votada nesta terça-feira, 12, na Câmara Federal. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o auxílio será pago para os 878.308 profissionais cadastrados no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) como Transportador Autônomo de Cargas. 

Mas apenas os motoristas inscritos até 31 de maio terão direito. O prazo foi colocado para evitar inscrições de última hora para recebimento indevido. Ao jornal O Popular, o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac), Vantuir José Rodrigues, os caminhoneiros não precisam de esmola, mas que o governo faça cumprir o piso mínimo do frete, que ajuda a compensar as altas do diesel. 

Entre os caminhoneiros, a preocupação não é só com o preço do diesel. Para o transportador autônomo Washington Pereira Andrade, o benefício não fará diferença para a categoria e é apenas mais um instrumento de campanha eleitoral. Ele acredita que a única solução é o preço baixar na refinaria. “Como você pega um frete por R$ 10 mil se R$ 8 mil vão só para o diesel? E a manutenção, e os pneus?”, questiona o caminhoneiro. Outra medida que poderia ajudar seria o governo fazer cumprir o piso mínimo do frete.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o Chorão, o governo poderia adotar medidas como fiscalizar e fazer cumprir o piso mínimo do frete, criar um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis e dar isenções de pedágios. 

“O governo está descontrolado. Acaba de mexer no gatilho que está na Lei 13.703, reduzindo de 10% para 5% o índice de reajuste de combustíveis que libera o aumento da tabela do frete. Mas é uma medida para uma lei que não é cumprida”, diz. A operacionalização do pagamento do auxílio ainda não está definida e alguns pontos preocupam a categoria.


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