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Natural do Maranhão, Gilmar está em Goiás há cerca de 40 anos e é líder da igreja Assembleia de Deus Cristo para Todos, com sede no Jardim América

Pelo menos três envolvidos em escândalo no MEC têm ligação com Goiás

23/06/2022, às 13:13 · Por Redação

Três pessoas com ligações políticas, profissionais e religiosas em Goiás foram presas nesta última quarta, 22, na operação Acesso Pago, deflagrada pela Polícia Federal.

O objetivo é investigar tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação (MEC). Foram presos preventivamente o pastor Gilmar Santos, o ex-gerente de projetos da Secretaria Executiva do MEC, Luciano Musse, e o ex-assessor da Secretaria de Planejamento Urbano da Prefeitura de Goiânia Helder Bartolomeu.

Natural do Maranhão, Gilmar está em Goiás há cerca de 40 anos e é líder da igreja Assembleia de Deus Cristo para Todos, com sede no Jardim América. O religioso também é presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil (Conimadb). 

Assessor de Gilmar, Arilton Moura também foi preso. Os dois religiosos foram apontados em uma série de reportagens como figuras centrais em um suposto gabinete paralelo no MEC com influência no agendamento de reuniões de prefeitos com Milton Ribeiro, quando este estava no comando da pasta.

O ex-ministro também foi preso nesta quarta-feira. Em meio à divulgação do esquema, prefeitos relataram que receberam pedidos de propina em troca de mais facilidade para receber recursos da Educação para suas cidades. Gilmar e Arilton não tinham cargos no MEC. Em Goiás, Gilmar recebeu títulos de cidadania na Assembleia Legislativa e na Câmara de Goiânia, nos anos de 2015 e 2006, respectivamente. Na Assembleia, a iniciativa foi de Marlúcio Pereira. Já na Câmara, a proposta foi do então vereador Abdiel Rocha. No ano passado, o pastor recebeu o título de Maior Personalidade Evangélica de uma revista do estado.

Já Luciano Musse é advogado com registro em Goiás. Ele é irmão do engenheiro Marcos Musse, que foi diretor na antiga Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), atual Goinfra, durante governo tucano. Marcos já foi investigado em operações que apuraram irregularidades na agência. Os dois são filhos de Fause Musse, que já ocupou cargo de superintendente no Centro de Reabilitação e Readaptação dr. Henrique Santillo (Crer).

A terceira pessoa presa na operação com ligações em Goiás é Helder Bartolomeu, que participava da comitiva dos pastores. Ele chegou a ser nomeado para cargo na Prefeitura de Goiânia em maio de 2021, com salário bruto de R$ 2.189. Em nota, a administração informou que Helder não compareceu para trabalhar. Por este motivo, foi aberto, no dia 15 de junho de 2021, processo administrativo por abandono de cargo. Segundo a prefeitura, a exoneração foi formalizada no Diário Oficial do Município em 10 de maio de 2022. 


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