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Goiânia, 11/06/24
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Foto: Alan Santos/PR

A previsão otimista da Rumo é de que em um ano e meio a ferrovia já esteja pronta para utilização e, segundo a empresa, parte do trecho será concluída em tempo menor, com a ambição e euforia que caracterizam os envolvidos na Norte-Sul

Euforia em Anápolis: Caiado e Bolsonaro repetem discursos de Sarney e Santillo de 1987

01/08/2019, às 00:05 · Por Eduardo Horacio

Em 9 de junho de 1987 o presidente era José Sarney e o governador goiano era Henrique Santillo. A coluna do goiano Ivan Mendonça na Folha de S.Paulo terminava com uma frase que dizia muito sobre obras inacabadas: “Goiás está almoçando, jantando e sonhando com a ferrovia Norte-Sul. Pode ser que a obra decrete a falência pública do governo José Sarney, mas certamente o Estado será o último a saber”. Passados 32 anos, um novo presidente da República (Jair Bolsonaro, do PSL) e um novo governador (Ronaldo Caiado, do DEM) estiveram em Anápolis para anunciar, de novo, a conclusão da Norte-Sul. E Goiás segue na mesma.

O histórico, entretanto, não deixa dúvida: a obra andou mesmo foi nos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. De 1987 a 2007 (governos Sarney, Collor, Itamar, FHC e primeiro mandato de Lula) foram construídos apenas 200 quilômetros. De 2007 a 2015 (segundo mandato de Lula e primeiro mandato de Dilma) a obra andou 2800 quilômetros, 14 vezes mais que nos 20 anos anteriores. Ainda restam, no entanto, faltam cerca de 2000 quilômetros para serem feitos – e ela só não foi concluída ainda, vale sempre ressaltar, por problemas de corrupção. Primeiro no governo Sarney e também nos governos Lula e Dilma.

Leilão
O leilão do trecho, que vai de Porto Nacional, no Tocantins, até Estrela D’Oeste, em São Paulo, foi promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), no dia 28 de março, e teve como vencedora a empresa Rumo S.A., do Grupo Cosan. O trecho possui 1.537 quilômetros e o prazo de concessão é de 30 anos. A empresa vencedora terá de fazer R$ 2,719 bilhões em investimentos.

“A partir de agora, teremos a maior linha férrea capaz de democratizar a comercialização dos nossos produtos”, disse Caiado ontem sobre a Norte-Sul. A fala, claro, caberia em qualquer presidente ou governador que passou por Goiás nesses 32 anos. Sem citar os governos anteriores, Caiado recebeu o presidente Jair Bolsonaro, que fez a assinatura do contrato de concessão da Ferrovia em Anápolis, durante as celebrações dos 112 anos da cidade. A expectativa é a mesma desde 1987: que o novo modal alavanque a economia e reduza os custos dos produtores rurais

Isolamento
“A Ferrovia Norte-Sul levará a facilidade do transporte para todos os produtores rurais, que nós sabemos o quanto estão isolados naquela região”, afirmou o governador Ronaldo Caiado em solenidade de assinatura do contrato de concessão da Ferrovia Norte-Sul, em Anápolis, nesta quarta-feira (31/7). Sim, a frase sobre o isolamento não é de 1987 e sim de 2019. O evento ainda integrou as comemorações do aniversário de 112 anos da cidade. Caiado subiu o tom da euforia: “vocês não têm ideia do que é isso hoje para o nosso Estado de Goiás. É de uma proporção inimaginável diante da logística que está sendo implantada no Estado”.

Em fala direcionada a Bolsonaro e ao governador, o presidente do Conselho de Administração do Grupo Cosan e Rumo, Rubens Ometto, reforçou o compromisso da empresa em contribuir com a economia brasileira. “Agora, com esses trechos da Ferrovia Norte-Sul, vamos repetir a performance que temos na Rumo. A Norte-Sul valorizará as terras de quem tem uma fazenda em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins e vai expandir a fronteira agrícola do Brasil”, pontuou.

A previsão otimista da Rumo é de que em um ano e meio a ferrovia já esteja pronta para utilização. Segundo a empresa, parte do trecho será concluída em tempo menor, com a ambição e euforia que caracterizam os envolvidos na Norte-Sul. “Vamos terminar em poucos meses o que falta da Norte-Sul, que começou a ser construída há mais de três décadas”. Jair Bolsonaro pontuou os benefícios da ferrovia, em comparação ao transporte rodoviário. “Estas obras de infraestrutura unem o Brasil, trazem o progresso, barateiam preços e fretes, diminuem o consumo de óleo diesel e os acidentes em estradas.” 


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