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A iniciativa do governador é motivada pelo prejuízo causado pela exploração da linha pelo Estado: R$ 23 milhões por ano

Caiado prejudica usuário e compra novo desgaste com fim da extensão do Eixo Anhanguera

21/06/2019, às 03:03 · Por Eduardo Horacio

O governador Ronaldo Caiado (DEM) decidiu encerrar as atividades de prolongamento do Eixo Anhanguera – até o terminal Vera Cruz, na Região Oeste, e as cidades de Trindade, Goianira e Senador Canedo. A decisão foi anunciada pela Metrobus, empresa estatal que explora o serviço e que deve ser desativada nos próximos meses.

A decisão de Ronaldo Caiado é de encerrar as atividades da Metrobus e devolver a concessão do Eixo Anhanguera ao município de Goiânia. Assim, uma nova licitação deverá ser realizada e outras empresas serão habilitadas a explorar os 13,8 quilômetros originais de extensão da linha – entre os terminais Padre Pelágio e Novo Mundo. 

A iniciativa do governador é motivada pelo prejuízo causado pela exploração da linha pelo Estado. Anualmente, a Metrobus causa um prejuízo de R$ 23 milhões aos cofres do Estado. De acordo com o presidente da empresa, Paulo César Reis, o descompasso financeiro ocorre justamente pelo elevado custo da extensão das linhas à partir de 2014 – dos 13,8 km para um percurso de 70 quilômetros.

Improviso
A mudança ocorreu em 2014, quando a Metrobus assumiu os novos trechos e retirou deles as empresas que detinham a concessão para explorar as linhas até os municípios vizinhos – Viação Reunidas, Rápido Araguaia e Cootego. A iniciativa do então governador Marconi Perillo (PSDB) foi muito explorada politicamente, agradou usuários, mas foi realizada com enorme improviso.

Não houve construção de terminais adequados aos novos veículos biarticulados, maiores que os convencionais usados até então, e nem mesmo reforço na pavimentação das vias que passaram a receber carros mais pesados. Também não houve planejamento financeiro adequado: a quantidade de usuários se manteve estável, mas os gastos com pessoal, combustível, pneus e manutenção dos veículos subiram consideravelmente.

Sensibilidade
Porém, em que pese a iniciativa do ex-governador Marconi Perillo ter viés eleitoreiro e sem nenhum planejamento de longo prazo, o simples encerramento do serviço causa extremo impacto à população. Por mês, cerca de 300 mil pessoas viajam nessas extensões do Eixo.

Por mais que a Metrobus não entregue um serviço de excelência, a volta do serviço para as empresas que exploram o serviço na região metropolitana implica ao retorno de um serviço que, à época, era muito mal avaliado pelos usuários. E nos últimos anos, vale ressaltar, o serviço prestado por essas empresas de transporte na região metropolina só se deteriorou.

Ainda que o governador Ronaldo Caiado tenha herdado um problema causado e potencializado pela gestão de Marconi Perillo, simplesmente por fim à extensão do Eixo Anhanguera sem ao menos dialogar com a população, sem buscar alternativas, demonstra enorme falta de sensibilidade com os milhares de usuários do sistema público de transporte que diariamente usam os ônibus do Eixo para se locomover entre Trindade, Goianira, Senador Canedo e Goiânia. 

Reação
Prefeito e Trindade e presidente da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo da Região Metropolina (CDTC), Jânio Darrot, reagiu com indignação à informação do fim da extensão do Eixo Anhanguera. Em nota, o presidente da CDTC disse que “não permitiremos que sejam prejudicados os usuários do transporte coletivo que utilizam a extensão do Eixo Anhanguera para se deslocarem no trecho Goiânia, Trindade, Goianira e Senador Canedo”.

De acordo com a nota, Darrot disse não acreditar que o governador Ronaldo Caiado concorde com a decisão anunciada. O prefeito de Trindade ainda refuta a informação do presidente da Metrobus de que parte do déficit da Metrobus é causado pela extensão do Eixo.  


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