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Goiânia, 20/04/24
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Foto: Divulgação

Caiado acaba de passar para o vice Lincoln Tejota a mesma função que Marconi delegava ao seu vice, José Eliton

Caiado troca nome, muda embalagem e relança programa fracassado do governo Marconi

23/05/2019, às 00:48 · Por Eduardo Horacio

Quem acompanhou o noticiário nos últimos dias notou o esforço que o governador Ronaldo Caiado (DEM) tem empreendido na busca de ajuda federal para superar o rombo nas contas do Estado. Mesmo diante deste cenário de completa escassez de recursos, o democrata decidiu lançar nesta quinta-feira, 23, um programa voltado para acompanhamento das metas de seu governo: Goiás de Resultados.

 Na verdade, o programa, com nova roupagem e nome pomposo, representa o retorno de uma ação fracassada da gestão do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), uma mistura de “Inova Goiás” com “Goiás na Frente”, com algumas leves mudanças. O vice-governador Lincoln Tejota (Pros) foi escalado por Caiado para coordenar o programa e cobrar dos demais secretários as metas pré-estabelecidas. Na gestão tucana, cabia ao então vice-governador José Eliton (PSDB) o mesmo papel.

 “O Estado não pode se perder em resolver só os problemas que aparecem hoje e não ver o resultado que queremos atingir lá na frente. Foi para manter esse horizonte futuro e garantir a entrega de resultados, que o governador Ronaldo Caiado idealizou o programa e me convidou para a coordenação”, anunciou Tejota.

 Tanto o programa lançado por Caiado quanto os que existiam na gestão tucana previam a definição de metas, o acompanhamento delas e a execução. A diferença é os programas marconistas, mesmo sem recursos garantidos, lançou obras, assinou ordens de serviços, numa tentativa de alavancar o quarto mandato de Marconi Perillo. De todo jeito, fracassou.

 Já o programa que Lincoln Tejota terá a missão de levar adiante sequer há previsão orçamentária e metas estabelecidas num primeiro momento. Segundo ele, “o PPA está em fase de elaboração. Ele é o planejamento global da gestão. O que o Goiás de Resultados prevê é a seleção de metas prioritárias para terem acompanhamento semanal de sua evolução”. O Plano Plurianual (PPA), de 2020 a 2024, estabelece as ações macros da gestão.

 Na prática
Para que o leitor do Poder Goiás possa compreender com exatidão o programa a ser lançado pelo governo nesta quinta-feira, 23, vale um exercício: na suposição de que a Secretaria de Saúde estabeleça, entre suas prioridades, a construção de um hospital, a primeira missão será colocar o projeto no PPA, depois alocar recursos no orçamento anual da pasta. Isso já é assim, por lei, independente de haver um programa específico para isso ou não.

Se vencer essas etapas, a secretaria poderá fazer então o projeto e chegar ao custo total da obra e de seu funcionamento pleno. Com dinheiro previsto, e só assim, a licitação será executada e, após concluída, as obras iniciadas. Tudo como já ocorre hoje. Se não faltar recursos, o prédio será erguido, concluído, equipado e, finalmente, entregue à população.

Para se ter uma ideia, no momento, o único passo que a secretaria poderia dar para a execução da hipotética obra seria inseri-la no Plano Plurianual. Depois disso, Tejota nada poderá cobrar. Não há recursos em caixa, nem previsão orçamentária para levar qualquer projeto robusto adiante.

É justamente essa peça de ficção que Caiado escalou Lincoln Tejota para pilotar. Na versão tucana, as etapas iniciais eram superadas. Os recursos só não chegaram aos prefeitos, parceiros nos projetos, para que as obras fossem adiantes. A tentativa era de ganhar tempo e vencer mais uma eleição, mas o projeto de poder fracassou.

No mínimo, no mínimo, soa muito precipitado o lançamento de um programa nesses moldes nos primeiros meses do governo de Ronaldo Caiado. Se a ideia é fazer marketing, seria melhor guardar esse trunfo para quando de fato o Estado tivesse dinheiro. E não agora, apenas para gerar mais expectativa vazia. 



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