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Goiânia, 20/04/24
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Além de criar algo biodegradável, o pesquisador explica que teve a pretensão de utilizar produtos simples e baratos e que pudessem ser reproduzidos em qualquer lugar

UFG desenvolve biodegradável que reduz consumo de plásticos

12/05/2021, às 17:43 · Por Redação

O pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG), Igor Vespucci, desenvolveu um revestimento biodegradável capaz de reduzir o consumo de plásticos na conservação de frutas. De acordo com ele, o material, feito a partir da mistura de água, polvilho azedo, glicerina e canela, foi capaz de conservar o alimento por até 18 dias em refrigeração.

“Um dos grandes desafios na produção de frutas é a deterioração rápida entre a colheita e a chegada até o consumidor. Pensando nisso, o meu objetivo era conseguir manter a qualidade do produto de maneira simples, com baixo custo e que pudesse reduzir os impactos ambientais”, explica.

Além de criar algo biodegradável, o pesquisador explica que teve a pretensão de utilizar produtos simples e baratos e que pudessem ser reproduzidos em qualquer lugar, facilitando a adesão de pequenos produtores.

“Com o descarte de seis centímetros quadrados do material, que foi o teste que fizemos, ele leva 72 horas para ser decomposto. Já um plástico sintético, como aponta a ciência, pode levar mais de 100 anos para se decompor”, explica.

O pesquisador explica que o estudo testou diversas composições até chegar na que melhor apresentou resultados de conservação (veja receita abaixo). De acordo com Vespucci, a fruta onde foi aplicado o filme, um maracujá silvestre, chegou a conservar a qualidade, de acordo com padrões de aceitação comercial, por 18 dias em refrigeração. Enquanto o alimento sem o revestimento, mantido apenas em refrigeração, durou nove dias.

“Já existem tecnologias que fazem essa conservação, mas que não são palpáveis ao agricultor. Com isso, escolhi o maracujá silvestre, muito importante para a agricultura familiar, pois produz praticamente o ano inteiro e é um produto regional, usando materiais de fácil acesso”, afirma.

O estudo chegou a ser aplicado em uma comunidade de produtores de Jaraguá, a cerca de 120 km da capital. O pesquisador explica que teve uma aceitação de cerca de 10% dos agricultores locais e que, agora, pretende dar continuidade ao estudo utilizando diferentes métodos com o objetivo de aprimorar a técnica.

“Apesar do número parecer modesto, é uma adesão significativa, pois existe uma grande dificuldade de aceitação de novos métodos e novas tecnologias por parte dos pequenos produtores. Agora, quero testar diferentes tempos, em diferentes frutos”, afirmou.

Ingredientes:

    • 1 litro de água filtrada

    • 0,8 gramas de glicerina

    • 20 gramas de polvilho azedo

    • 0,3 gramas de canela em pó

Modo de preparo:

Coloque a água filtrada na panela e antes de ligar o fogo adicione o restante dos ingredientes. Depois de diluir a glicerina, o polvilho azedo e canela, ligue o fogo e espere até atingir um ponto gelatinoso, sem nenhum granulado.

Espere esfriar e, em seguida, mergulhe a fruta nessa solução durante 10 minutos. Depois, retire da mistura e deixe descansar por mais 10 minutos. Repita esse processo por mais uma vez e a película que irá se formar em volta do produto vai agir como uma embalagem.


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