Erro de Marconi Perillo foi não seguir o caminho de Aécio Neves?

Cercado por uma bolha fabricada pelos 20 anos de protagonismo político em Goiás, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) foi incapaz de perceber, a exemplo do colega Aécio Neves (PSDB-MG), que precisava recuar, ceder à realidade e preterir o Senado por uma vaga na Câmara dos Deputados. 

O ‘quase’ presidente Aécio (perdeu a eleição por 3 pontos porcentuais, em 2014), réu assim como Marconi, conseguiu uma das vagas mineiras à Câmara dos Deputados com apenas 106.702 votos. A pífia votação foi prenúncio do que aconteceria caso ele repetisse a astúcia de Marconi em Goiás, que saiu humilhado das urnas com apenas 416 mil votos (7,5% dos votos) e a quinta posição na eleição pelo Senado. 

No auge de sua impopularidade antes de renunciar ao mandato, Marconi temia não conseguir votos para conquistar uma das duas vagas, mas refutou o plano B (ser candidato a deputado federal), após pesquisas apontarem viabilidade na postulação ao Senado. 

Em maio de 2018, alguns amigos de Marconi tentaram um último recuo do tucano após enxergar que ele foi muito atingido pelas denúncias de corrupção envolvendo a Odebrecht. Em vão. 

Tivesse virado deputado federal, Marconi teria o discurso de ter feito um recuo estratégico e até poderia articular o partido na disputa pela Prefeitura de Goiânia, em 2020. Hoje Marconi vive "exilado" em São Paulo. 

Ao bancar um voo mais alto, Marconi se manteve coerente ao estilo ousado. Agora, ao se abrigar em São Paulo, com ajuda de João Dória, Marconi demonstra que o esquecimento, nem que seja pelo ostracismo político, é também uma estratégia para sair de cena e tentar evitar qualquer tipo de condenação - e assim seguir sendo ficha limpa. 

---

Marconi Perillo Aécio Neves