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Goiânia, 23/04/24
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Foto: Divulgação/PSDB

PSDB de Carlão da Fox e Jânio Darrot, antes quase enterrado, se anima com o início fraco do governo Ronaldo Caiado

Briga por comando do PSDB é reflexo de pífio inicio da gestão Caiado

26/04/2019, às 00:03 · Por Eduardo Horacio

Os prefeitos de Goianira, Carlos Alberto (Carlão da Fox), e de Trindade, Jânio Darrot, travam uma disputa ferrenha pelo comando estadual do PSDB (os dois registraram chapa, ainda há o deputado federal Célio Silveira, correndo por fora, que não registrou chapa). Desnorteados após o desfecho da eleição de 2018, os tucanos mostram novo fôlego em alguns meses devido a um início de gestão titubeante do governador Ronaldo Caiado (DEM). A eleição para troca de comando no PSDB será realizada dia 3 de maio, sexta-feira.

Em outubro passado, o PSDB perdeu o comando do Estado para Caiado após 20 anos consecutivos no poder. Viu também suas bancadas federal e estadual serem reduzidas drasticamente. Por fim, assistiu a uma derrota humilhante de seu principal líder, o ex-governador Marconi Perillo, na disputa por uma cadeira no Senado Federal – terminou a disputa em quinto lugar, com apenas 7,5% dos votos. 

Com o resultado, o PSDB se mostrou letárgico. Enquanto Marconi chegou a ser preso pela Polícia Federal logo após a eleição, o partido sequer esboçou reação, fez qualquer defesa consistente. Tampouco reagiu a outra operação em que o ex-governador José Eliton, candidato derrotado, teve contra si um mandado de busca e apreensão.

Porém, para quem imaginava que o PSDB pudesse ser alijado das disputas eleitorais em Goiás nos próximos anos, a resposta é negativa. Em meses, o partido demonstra pujança em uma disputa interna dura, com dois (ou três) políticos tradicionais brigando pelo comando da sigla no Estado.

O que mudou nesse curto período de tempo entre a disputa eleitoral de 2018, as ações contra os ex-governadores, e o novo ânimo entre os tucanos em Goiás? O espaço vazio deixado pelo governador Ronaldo Caiado. Uma das premissas mais antigas da política é que ela não comporta vácuo. Se Caiado não ocupa, alguém irá.

O primeiro passo em falso de Caiado foi durante a eleição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. O democrata demonstrou pouca habilidade para conduzir a disputa ao seu feitio. Tentou ganhar no gogó. Caiado foi surpreendido e perdeu a eleição ao insistir até o fim em um nome só. 

Caiado não conseguiu organizar uma base consistente, não valorizou de imediato os partidos que o ajudaram a chegar ao governo e nem mesmo agiu para desidratar os principais partidos de oposição. Passou longe disso.

É justamente no cenário de um governo Caiado isolado, com dificuldade de fazer política, que não consegue enxergar seus aliados e ser implacável com adversários que o PSDB surge revigorado. O fato de ter, na reta final, dois políticos querendo o comando da legenda (antes o número chegou perto de dez) é um evidente sinal de que o marconismo segue vivo. Verdade que, por ora, mais pelos erros de Caiado do que por méritos dos tucanos. 


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