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Goiânia, 20/04/24
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Lailson Damásio/Divulgação

Aécio e Marconi, durante campanha: denunciados e na mira de colegas de partido

Governador do RS prega expulsão do PSDB de tucanos alvos de denúncias, como Marconi Perillo

21/04/2019, às 00:02 · Por Diene Batista

Eleito governador do Rio Grande do Sul com apenas 33 anos, Eduardo Leite (PSDB), defendeu em entrevista à Rádio CBN, a desfiliação de lideranças tucanas alvos de denúncias.  Para ele, as denúncias que envolvem comportamento antiético de filiados e de membros com representatividade como o principal problema da sigla. Leite citou nominalmente o hoje deputado federal e ex-senador Aécio Neves (PSDB-MG)

Delatado pelo empresário Joesley Batista, da JBS, Neves foi flagrado em gravação em que pedia a ele R$ 2 milhões. Segundo ele, o dinheiro seria usado para custear sua defesa na Lava Jato. Um primo do tucano recebeu o dinheiro, cuja entrega foi filmada em detalhes pela Polícia Federal. Ainda de acordo com o delator, Aécio teria recebido R$ 60 milhões ilegalmente em 2014 – ano em que disputou a Presidência da República contra Dilma Rousseff (PT-MG). À ocasião, a empresa dos irmãos Batista teriam comprado partidos políticos para que apoiassem o tucano e não a petista. 

Leite pregou mudanças mais profundas do que as sugeridas pelo governador de São Paulo, João Dória (PSDB-SP), que sugeriu, por exemplo, a mudança do nome da sigla. “A mudança do nome é a última etapa de um processo de revisão interna do partido. Se for simplesmente mudar o nome, não faz qualquer sentido, tem que ser a expressão de uma nova forma de condução do partido”, argumentou. 

Para ele, o encaminhamento de questões éticas ligadas a filiados e a nomes importantes da sigla é o ponto-chave a ser discutido, pois foi “onde o PSDB se desconectou da realidade ao assistir denúncias contra filiados, especialmente o (hoje) deputado Aécio Neves, e ter assistido passivamente. E mais do que isso: tê-lo mantido no comando da sigla, quando ele interferiu no processo.”

O recado também serve para o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB-GO), hoje radicado em São Paulo e trabalhando como consultor para a Companhia Siderúrgica Nacional em São Paulo (CSN). O tucano ascendeu ao Palácio das Esmeraldas tão jovem quanto Leite, aos 35 anos. Nos últimos anos, acumulou denúncias e viu seu nome ser sinônimo de corrupção, sobretudo após a Operação Monte Carlo, em 2012, que revelou as ligações de Marconi com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. 

Em 2018, o ex-governador foi humilhado nas urnas. Perdeu a eleição para o Senado Federal – ficando em quarto lugar. Viu seu apadrinhado político, José Eliton (PSDB) sofrer revés semelhante: em busca da reeleição, ele ficou apenas em terceiro lugar, atrás inclusive do deputado federal Daniel Vilela (MDB), que tinha estrutura muito inferior. 

Atualmente, o ex-tucano-chefe anuncia aos quatro ventos que não pretende se candidatar – o que seria inclusive uma exigência da CSN, como já analisou o Poder Goiás aqui. Se resolver retornar ao campo político para disputar um mandato, Marconi talvez tenha que buscar abrigo em outra sigla.


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