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Foto: Geovane Drones/Atlético Goianiense

Estádio Antonio Accioly, a casa do Dragão: ao lado do Vila Nova, clube representa o Estado na série B

O que esperar dos times goianos no Campeonato Brasileiro?

21/04/2019, às 00:01 · Por Diene Batista

Quando o apito final soar na noite deste domingo, 21, na final do Campeonato Goiano, para além da alegria dos vencedores e do choro dos derrotados, uma preocupação deve invadir as mentes e os corações de dirigentes, comissões técnicas, jogadores e, claro, da torcida: como será o desempenho das equipes goianas no Campeonato Brasileiro?

Um dos finalistas, o Goiás chegou à decisão com status de favorito. Pudera: depois de conseguir o acesso à Série A, no ano passado, a equipe liderou a competição e terminou a fase de grupos na primeira colocação, com 31 pontos. Nas quartas e na semifinal, passou sem dificuldades por Aparecidense e pelo Goiânia, respectivamente. Em meio à empolgação com os resultados, porém, foi eliminado do Copa do Brasil pelo CRB, nos pênaltis, em jogo único na Serrinha. 

Tanto a saída precoce quanto as dificuldades enfrentadas diante do Atlético expuseram as fragilidades do Goiás. Time de maior orçamento e tradição no Estado, a equipe tem um elenco pouco qualificado para disputar uma competição da envergadura do Brasileirão. Na disputa, o Goiás vai enfrentar os chamados times “grandes” do Brasil, como Flamengo e Corinthians, além de equipes fora do eixo Rio-São Paulo que acumulam glórias, como Grêmio e Cruzeiro. 

Mas os “pequenos” - ou melhor, os fora do eixo – também representam perigo. Para comparação, Bahia, que será um dos adversários do esmeraldino na competição, avançou na Copa do Brasil na última quinta-feira, 18, aplicando uma goleada expressiva sobre o Londrina, do Paraná: 4x0. 

Hoje, o Goiás depende das boas atuações de Michael, talento revelado tardiamente que ainda enfrenta desconfianças, sobretudo da crítica especializada. Apagado no primeiro jogo da final, o atacante terá que dar a volta por cima na partida de amanhã, 21, e utilizar toda a sua resiliência para ajudar a equipe na elite nacional. 

Outros nomes que se destacam no elenco são Léo Sena, irregular sobretudo por problemas extracampo, e Junior Brandão, revelado no Iporá, contratado pelo Atlético Goianiense e depois vendido ao clube búlgaro Ludogorets – tudo isso no passado. De volta ao Brasil, ou melhor, para o Goiás, por empréstimo em 2019, ainda não encontrou seu bom futebol. Marlone, que contabiliza passagens por Sport e Corinthians e, portanto, é experiente na Série A, segue discreto. 

Se sobreviver ao Campeonato Goiano, cuja conquista é vista como uma “obrigação” pelos lados da Serrinha, Barbieri terá muito trabalho para ajustar a equipe. Do jeito que está, o verdão entra na Série A lutando para não cair. Será vantagem – sobretudo para a paciência do torcedor - se o clube não apostar em um caso antigo: o goleador Walter. Hoje fora de campo por doping, o pernambucano teve uma passagem histórica pelo clube. Longe da melhor forma física e sempre cercado por polêmicas, o “Tufão” é mais sinônimo de desgaste do que de êxito. 

Série B
Em mais um ano na Série B, o Atlético Goianiense começará a competição certamente embalado pela boa campanha no Goianão: chegou à final, depois de cinco anos longe de decisões, e montou uma equipe competitiva. O time mescla jovens talentos, como Madson e Pedro Raul, com nomes experientes e velhos conhecidos do futebol goiano, como Pedro Bambu, Jorginho e Gilsinho. Destaque para o goleiro Maurício Kozlinski, que tem dois acessos à A com o Avaí, e tem mostrado segurança sob as traves do Dragão.

Pelo que mostrou no Goiano, a equipe parece estar no caminho de repetir a vitoriosa campanha de 2016, quando, além de conquistar o acesso à Primeira Divisão, sagrou-se campeã da Série B. No ano seguinte, a visibilidade na Série A rendeu bons frutos, inclusive financeiramente, com as negociações de Jorginho, para os Emirados Árabes, e do “talismã” Luiz Fernando, com o Botafogo.

Caberá ao técnico Wagner Lopes mesclar novos e antigos talentos e enfrentar os humores instáveis de uma torcida que sabe cobrar e de uma diretoria que, muitas vezes, usa o microfone para resolver problemas internos. 

Fora da final, após ser eliminado pelo Atlético em duas partidas quentes marcadas por expulsões e brigas dentro e fora das quatro linhas, o Vila Nova focou na Copa do Brasil. Na competição nacional, já faturou alto. Sua apaixonada torcida, porém, segue acumulando um jejum de 14 anos sem vencer o Goianão. 

No geral, a equipe parece se ressentir da saída do técnico Hermerson Maria, cuja a passagem longeva para os padrões do Vila Nova – de maio de 2017 a novembro de 2018 - garantiu triunfos expressivos sobre o arqui-inimigo Goiás. Dependente de Alan Mineiro, o clube precisa de reforços, mas enfrenta as dificuldades de quem possui muitos gargalos a resolver e pouco dinheiro. O experiente Danilo, que veio do Corinthians e tem um histórico vitorioso, ainda não apresentou seu cartão de visitas. A Série B, portanto, será uma boa oportunidade para mostrar a que veio. 

Decisão
Goiás e Atlético se enfrentam neste domingo, 21, às 16 horas, no Estádio Olímpico. A partida, novamente, terá torcida única. Desta vez, os esmeraldinos poderão acompanhar de perto a partida. Já os atleticanos têm como opção assistir à partida no Estádio Antônio Accioly, onde o jogo será transmitido. O ingresso custa uma aposta na Timemania, que custa R$ 2, feita na semana (de 15 a 20 de abril). Também é necessário estar vestido com a camisa do clube. 

O Atlético encara o rival com ampla vantagem. O rubro-negro venceu o jogo de ida por 3x0. Para colocar a mão na taça, o Goiás precisa vencer por quatro gols de diferença. Caso devolva os três tentos sofridos, a disputa será nos pênaltis. Se a diferença for de um ou dois gols, o Dragão leva o título. 

Há dez anos, o Atlético também levou a melhor no primeiro jogo, quando vence o time esmeraldino por 2x1. Na segunda partida, o revés: perdeu por 2x1 e viu o caneco ser erguido pelo arquirrival. 


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