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Goiânia, 29/03/24
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Foto: Divulgação

As agendas do prefeito não ocorrerem mais sem pelo menos uma dezena de parlamentares

Para superar Câmara hostil, Iris dá guinada com equilíbrio financeiro e resiliência

14/04/2019, às 00:04 · Por Eduardo Horacio

Na semana passada, o prefeito de Goiânia Iris Rezende (MDB) comemorou, até aqui, o principal feito na sua atual gestão: o Tesouro Nacional elevou para B a nota da capital em capacidade de pagamento, além da melhoria significativa em três sub-divisões. Esse patamar reforça o equilíbrio fiscal conquistado pela gestão do emedebista e sustenta uma nova capacidade de investimentos com a atração de empréstimos. Para a guinada na administração, Iris cortou despesas, aumentou a arrecadação e aguentou a pressão de vereadores aliados e oposicionistas.

No campo administrativo o descompasso encontrado por Iris, em janeiro de 2017, não chegava a ser uma novidade. Já iniciou outros governos em situação semelhante. A alguns interlocutores, porém, o prefeito chegou a reclamar mais de uma vez que a atual gestão estava lhe consumindo mais do que outras. Faltava-lhe apoio da Câmara de Vereadores para as medidas impopulares, porém necessárias.

No primeiro ano da atual gestão a prefeitura retomou os serviços básicos, que estavam interrompidos, cortou diversos contratos, extinguiu estágios, entre outras medidas de contensão de despesas. E não teve receio em atualizar os valores de cobrança de impostos como ITU e IPTU, além de reforçar a fiscalização para elevar a arrecadação do ISS, outro importante fonte de arrecadação do município.

Sem capacidade de investimento, a prefeitura priorizou os convênios com o governo federal e na realização dos mutirões nos bairros. Apesar das dificuldades, Iris entendia que as frentes de serviço mantinham a gestão próxima da população com serviços básicos de manutenção e pequenas reformas em escolas e unidades de saúde.

Política
Se no aspecto de gestão, Iris usou seus conhecidos métodos para organizar financeiramente as contas públicas, o prefeito também foi obrigado a usar todo seu tino político para se relacionar com a Câmara de Vereadores. O emedebista cortou a indicação política de vereadores realizada de forma indiscriminada até então.

O corte de comissionados fez com que Iris tivesse maior dificuldade em formatar uma base de apoio – até vereadores do MDB passaram a atacar a gestão por não manter a indicação de aliados. Os parlamentares de oposição, por sua vez, ignoraram as dificuldades financeiras herdadas e, literalmente, jogaram para a plateia com a apresentação de comissões de inquéritos, as CEIs, e disputas, até judiciais, para evitar a atualização da cobrança e impostos.

Iris, que sequer anunciou um líder na Câmara no primeiro ano, não mudou seu foco, apesar da imensa pressão de aliados e adversários, ainda que por razões distintas. Os embates com o Legislativo permanecem, tanto que o atual presidente da Casa sequer pode ser considerado um aliado.

Porém, se no momento de maior dificuldade, Iris não cedeu e nem perdeu o foco, agora que começa a transformar Goiânia em um canteiro de obras, os próprios vereadores já o enxergam de outra forma. Um termômetro? As agendas do prefeito, quaisquer que sejam, não ocorrem sem pelo menos uma dezena de parlamentares. E a tendência é só aumentar. 


Iris Rezende MDB Eleições 2020
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