Poder Goiás

Goiânia, 19/04/24
Matérias
Polícia Civil

A Justiça decretou prisão preventiva para “proteger os interesses cautelares da garantia da ordem pública, da aplicação da lei penal e da conveniência da instrução criminal”

Empresário da Ipop é preso preventivamente em Goiás

19/12/2020, às 17:49 · Por Eduardo Horacio

O empresário Márcio Rogério Pereira Gomes foi preso na manhã deste sábado, 19, de forma preventiva após ser alvo de denúncia criminal pelo Ministério Público Eleitoral. Ele é proprietário da Ipop - Empresas e Negócios, investigada em Goiás por fraude em pesquisas eleitorais nas eleições de 2020. A decisão é do juiz Pedro Henrique Guarda Dias, que também acatou denúncia contra os prefeitos de Alvorada do Norte (Iolanda Holiceni), Buritinópolis (Ana Paula Soares), Damianópolis (Gilmar José Ferreira) e Mambaí (Joaquim Barbosa). O empresário é acusado de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

A mulher de Márcio Rogério, Lúcia Fernandes Pacheco Pires, e a enteada dele, Priscila Pacheco Pires, também foram alvos de denúncias criminais e vão responder por produção e divulgação de pesquisas fraudulentas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Os prefeitos dos municípios citados são suspeitos de terem contratado os levantamentos feitos para beneficiá-los na disputa eleitoral. De acordo com o MP-GO, Márcio Rogério produziu as pesquisas sem obedecer os critérios da legislação eleitoral, em bairros que não existem e com oferta criminosa de manipulação de dados.

A Justiça decretou prisão preventiva para “proteger os interesses cautelares da garantia da ordem pública, da aplicação da lei penal e da conveniência da instrução criminal”. Marcio  realizou 349 pesquisas em 191 municípios de Goiás em 2020.

Segundo o MP-GO, o instituto simulava fazer as pesquisas com dinheiro próprio, em um esquema “filantrópico”. Cada pesquisa tinha custo estimado de R$ 2 mil, o que teria gerado um gasto de R$ 700 mil. Valor que, de acordo com as investigações, é incompatível com o capital de R$ 150 mil da empresa. “É legítimo que um candidato contrate pesquisas. No entanto, é preciso que sejam divulgadas as informações com o nome do candidato, método e notas fiscais. Em nenhuma das realizadas pela Ipop consta nomes de candidatos como contratantes. Ela agia como se fosse uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos”, afirmou o promotor Douglas Chegury, responsável pelas apurações, em novembro.


Ipop
P U B L I C I D A D E