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Goiânia, 24/04/24
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Foto: Palácio do Planalto/Divulgação

Caiado e Bolsonaro têm diferenças, mas ambos adotam medidas populistas e de fácil resultado no início dos seus governos

Caiado, 100 dias: a tentação pelo supérfluo em governo carente de boas notícias

10/04/2019, às 00:02 · Por Eduardo Horacio

Início de governo é sempre um desafio. Para quem raramente tem boas notícias para dar, mais ainda. A carência e a vontade de encher a agenda com a praga da "agenda positiva" faz governos novos apelarem, quase sempre, para duas fórmulas: abraçar o impossível ou fazer o supérfluo. 

No caso do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do governador goiano Ronaldo Caiado (DEM), as segunda fórmula foi usada de imediato. Bolsonaro já falou em extender a validade da carteira nacional de habilitação (CNH) de 5 para 10 anos e propôs ontem aumentar a pontuação para suspensão da CNH de 20 para 40 pontos sem nenhum estudo que ampare isso. Agora fala que vai acabar o horário de verão - medida até boa, por um lado, mas que não poderia ser carro-chefe de presidente algum. Caiado, entre outras medidas, desligou os radares móveis assim que assumiu (também sem nenhum estudo que embase a medida) e agora faz o papel de prefeito de Goiânia por um dia e brinca de "revitalizar" a Praça Cívica.

As tentações não morrem no supérfluo. Assim como Bolsonaro, Caiado também tira do bolso aquela lista de desejos que beira o impossível. Sem plano algum, falou em fazer o VLT em Goiânia, algo que Marconi também prometeu durante seus quatro mandatos. No último fim de semana, Caiado postou no Instagram que estava discutindo a salvação da Amazônia em Brasília. Para parecer mais realista, em Goiânia disse que abordou a "importância do Rio Araguaia em encontro de reflexão sobre a Amazônia" e que tem a "ideia" de "implantar em Goiás um parque ao longo da área do rio Araguaia, algo em torno de dois mil quilômetros atravessando o Cerrado e a Amazônia". 




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