Assim como Bolsonaro, Caiado envolve-se pessoalmente no ataque a adversários

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o governador de Goiás Ronaldo Caiado (DEM) têm várias semelhanças e diferenças. Notadamente, uma das semelhanças é não temer o envolvimento pessoal no ataque a adversários, algo comum a parlamentares mas raro para chefes de Executivo. 

Na semana passada, Caiado voltou a se envolver pessoalmente no ataque ao seu principal adversário, o marconismo. Tanto que fez posts em todas as redes sociais comemorando a nova fase da Operação Decantação, que atinge em cheio o coração do tucanato. 

Entre outras coisas, Caiado afirmou que era "mais um constrangimento para todo o povo goiano! Mas tenham a certeza de que, conforme prometi na campanha, vamos botar um fim ao tempo da corrupção e da irresponsabilidade com o dinheiro público. Total transparência e seriedade serão marca do nosso governo", defendeu-se dizendo que, em sua gestão, a "Saneago é presidida por um profissional de competência e seriedade reconhecidas nacionalmente! Foi criada uma Superintendência de Governança e a Saneago foi a primeira unidade do Governo a aderir ao programa de Compliance da CGE. Acabou a bandalheira!" e arrematou dizendo "esse tipo de notícia nos enche de indignação! Fora o dinheiro em espécie, foram sequestrados 65 imóveis no valor de 35 milhões. E eu lamento anunciar que, a julgar pelos descalabros que estamos encontrando no governo, isso é só a ponta do iceberg". 

Ou seja, Caiado não pegou leve. Agiu como um parlamentar de oposição, não poupando exclamações e nem frases de efeito. Pra dizer o mínimo, é algo que provoca ressentimento em quem é atacado e o contra-ataque tende a vir mais violento, o que é ruim para quem é governo. Na disputa governo x oposição, só o primeiro tem muito a perder. 

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