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Caiado e Tejota durante a campanha ao Palácio das Esmeraldas: arestas a serem aparadas

Vice decorativo? Família Tejota chega ao Executivo mas perde força

28/03/2019, às 00:00 · Por Diene Batista

Diferentemente de alguns vices recentes, prestes a completar 90 dias no cargo de vice-governador, Lincoln Tejota (Pros) é cada vez mais um vice-governador decorativo. Com agendas meramente administrativas e sem demonstrar nenhuma força política, ele vê o capital político herdado de sua família diminuir. Filho do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sebastião Tejota, que chegou a presidir a Assembleia Legislativa de Goiás duas vezes, e da ex-deputada estadual Betinha Tejota, Lincoln deu prosseguimento ao legado político dos pais. Conseguiu, inclusive, emplacar a esposa, Priscilla Tejota, à Câmara de Vereadores de Goiânia, além dele próprio também ter sido deputado estadual. Aliado histórico do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), o clã trocou de lado nas eleições de 2018 e conseguiu emplacar Lincoln candidato a vice-governador na chapa liderada por Ronaldo Caiado (DEM). A escolha causou impacto negativo entre aliados do democrata. Mesmo na campanha e, sobretudo, depois de eleito, Lincoln jamais assumiu papel de protagonista ou mesmo demonstrou força junto ao Democrata. Conseguiu pequenos espaços no governo para seus aliados, mantém agenda administrativa apenas protocolar, com pouquíssima visibilidade, e pouco é visto ao lado do governador. A favor de Lincoln Tejota, no entanto, uma constatação: não há políticos com força junto a Ronaldo Caiado nesses três meses de mandato. Até aliados de primeira hora da campanha eleitoral ocupam espaços periféricos no governo. Outros vices A história política recente do Estado divide-se entre vices absolutamente apagados, como Ademir Menezes (2007 a 2010) e outros que, mesmo com discrição, ganharam espaço ao longo do mandato dos titulares e tornaram-se substitutos reais, e não apenas pró forma – nessa lista, encontra-se Alcides Rodrigues, vice-governador de 1999 a 2006 (quando inclusive ocupou secretarias), e que depois tornou-se governador e foi reeleito e José Eliton, que foi um vice atuante (inclusive na ocupação de secretarias) e assumiu o cargo de governador por nove meses, sem, no entanto, conseguir se reeleger. Em três meses não é possível bater o martelo sobre qual caminho será trilhado por Lincoln Tejota. Porém, já é possível notar que o governador não o enxerga como alguém relevante no tabuleiro político. Cabe ao vice-governador, então, lutar para se sobressair. Precisará, certamente, ir além do sobrenome conhecido herdado do pai. Um bom caminho para Lincoln é fortalecer seu partido, torná-lo mais relevante, e ajudar na formatação da base de Caiado na Assembleia Legislativa, já que Lincoln conhece as nuances da Casa bem melhor que o governador. Se avançar, talvez o vice se cacife para eleições seguintes e deixe de ser apenas uma contestada surpresa imposta e, posteriormente, abandonada por Ronaldo Caiado.



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