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Goiânia, 20/04/24
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Na primeira fase da operação, a Polícia Civil identificou que as fraudes aconteciam no sistema do Instituto mediante pagamento de propinas e resultaram em ganho de cerca de R$ 7 milhões

Operação cumpre mais de 50 mandados em GO e em SP para apurar fraudes no Ipasgo

14/05/2020, às 11:32 · Por Pedro Lopes

A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECCOR), desencadeou, na manhã desta quinta-feira, 14, a Operação BackDoor II, deflagrada em consequência da primeira fase da operação realizada em julho do ano passado. O objetivo foi apreender computadores, celulares, documentos, contratos, extratos bancários e quaisquer outros elementos de informação atinentes aos investigados e sua relação com o Ipasgo.

A primeira fase foi realizada em julho de 2019, quando a Polícia Civil apurou a participação de servidores do Ipasgo em esquema de fraudes em pedidos de exames.

À época, a corporação descobriu que muitos desses envolvidos eram funcionários terceirizados de uma empresa contratada pelo Instituto, por isso continuaram as investigações. As apurações apontaram que houve fraude em licitações envolvendo a companhia citada e nas auditorias.

Na etapa realizada nesta quinta-feira, os policiais buscam documentos, celulares, computadores, entre outros elementos que possam indicar qual a relação dos investigados com o Instituto.

A BackDoor II tem mandados sendo cumpridos em: Goiânia (27), Anápolis (7), Ceres (8), Aparecida de Goiânia (1), Inhumas (1), Itapaci (1), Jaraguá (2), Caldas Novas (1), Rialma (1), São Patrício (3) e São Paulo (1). Fazem parte da ação 236 policiais civis e 50 peritos.

Investigações

A apuração das suspeitas foi feita pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECCOR). Eles apontaram que houve desvio de finalidade na fiscalização dos contratos. Segundo a Polícia Civil, mais de R$ 63 milhões foram auditados de forma fraudulenta.

Segundo citado nas apurações, alguns médicos contratados eram os responsáveis por auditar as contas dos próprios locais de trabalho e foi detectado um auditor que não era médico.

A corporação também apontou que alguns exames feitos durante internações foram 50% mais caros que a média de referência do Ipasgo. A Polícia Civil verificou que esses exames somaram mais de R$ 14 milhões.

De acordo com as investigações, a empresa que prestava serviços para o Ipasgo tem como sócios os mesmos que atuavam no contrato anterior, mas com outra companhia. Eles teriam fraudado a licitação para se manter no local.

As apurações apontaram ainda que o um único servidor do Ipasgo atuou em todo o processo licitatório, inclusive realizando pregão presencial ao invés do eletrônico, como de costume.

Também segundo a Polícia Civil, as duas empresas funcionavam no mesmo prédio e a primeira teria fornecido à segundo um atestado de capacidade técnica para que fosse considerada apta a participar da licitação. Os investigadores apontaram que esse documento é ideologicamente falso, porque apresentava valores não eram proporcionais ao volume de atividade da companhia.

Os policiais apuraram ainda que um dos sócios da empresa que atualmente presta serviço ao Ipasgo foi o responsável técnico da empresa antecessora.

A Polícia Civil informou que os envolvidos podem responder por: organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação e fraude em licitação.

Um dos endereços em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão é de uma empresa de tecnologia, GT1, que fica na capital.

Advogada que representa a companhia, Ana Carolina Ferrari, afirmou, por telefone, que a defesa não teve acesso a dados sobre o processo e só irá se posicionar após ser informada sobre a investigação.

Os nomes das outras empresas em que foram cumpridos mandados não foram divulgados.

BackDoor I

Na primeira fase da operação, a Polícia Civil identificou que as fraudes aconteciam no sistema do Instituto mediante pagamento de propinas e resultaram em ganho de cerca de R$ 7 milhões.

À época foram investigados profissionais da área de TI, clínicas, laboratórios e hospitais. As investigações apontaram que era criado um usuário fantasma no sistema que realizava vários tipos de manobras indevidas para autorizar exames, cirurgias, entre outros.

Segundo a corporação, foram cobrados do Ipasgo procedimentos não realizados e medicamentos que não foram usados.


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