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Foto: DivulgaçãoMarcos Cabral (DEM), ex-titular da SEDS, agora foi escanteado para a Codego: ele manifestou cara de poucos amigos na posse de Lúcia Vânia
Adesão de Lúcia Vânia aumenta para quatro os focos de insatisfação no governo Caiado
07/10/2019, às 00:11 · Por Eduardo Horacio
As mudanças promovidas pelo governador Ronaldo Caiado (DEM)
no primeiro escalão de seu governo devem resolver problemas administrativos,
mas também criaram problemas políticas. Desde o anúncio da ex-senadora Lúcia
Vânia (sem partido) na Secretaria de Desenvolvimento Social, foram
identificados dois novos focos de insatisfação no governo e que se somam há
dois outros já conhecidos.
O primeiro desgaste é com o próprio Marcos Cabral
(DEM), ex-titular da pasta, que agora foi escanteado para a esvaziada (e em
vias de extinção) Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego).
Cabral, que renunciou à Prefeitura de Santa Terezinha, lamenta agora estar em
uma pasta de prestígio e orçamento bem menor que a anterior. Cabral já
vislumbrava uma candidatura a deputado federal e que agora tem um cenário bem
mais difícil.
Mesmo sem perder espaço, Wilder Morais (Pros), secretário da
Indústria, Comércio e Serviços (Sic), manifestou nos bastidores seu desagrado
com a indicação de Lúcia Vânia para o governo. Wilder defende a tese de que só
devem fazer parte da administração os políticos que apoiaram Caiado na eleição
de 2018. E Lúcia não só esteve do outro lado, como foi adversária do próprio
Wilder – no fim, ambos saíram derrotados. Eles chegaram a travar um longo duelo
nos bastidores pela candidatura na base marconista no qual ela foi escolhida
por Marconi e Wilder teve que buscar aliança com Caiado.
Wilder também lamenta não ter sua candidatura a prefeito de
Goiânia levada a sério. Caiado, para citar apenas o governador, já disse mais
de uma vez que deve apoiar a reeleição do prefeito Iris Rezende – e nem sequer
se lembra de Wilder.
Problemas antigos
As insatisfações de Marcos Cabral e Wilder Morais somam-se agora às antigas do
vice-governador Lincoln Tejota (Pros) e dos dissidentes do MDB expulsos por
apoiar Caiado e que se consideram pouco prestigiados pelo governador.
Lincoln Tejota, que é o terceiro foco de insatisfação,
manifesta desde o início de 2019 o seu descontentamento com a falta de
prestígio no governo. Lincoln esperava ocupar alguma secretaria, mas ganhou
como prêmio de consolação apenas a coordenação do programa “Goiás de
Resultados”, algo que ninguém no governo dá a mínima importância e que parece
não ter nenhuma relevância.
Lincoln, como vice-governador decorativo, também tem planos
eleitorais esvaziados para 2022. Tem poucas chances de, novamente, ser vice de
Caiado na disputa pela reeleição e, no momento, não tem espaço nem estrutura
para alavancar voo próprio.
O quarto foco de insatisfação também se manifesta desde o
início do governo e é liderado pelos políticos expulsos do MDB por apoiarem a
candidatura de Caiado desde 2015: José Nelto, hoje deputado federal pelo
Podemos, e os prefeitos Adib Elias e Paulo do Valle. Eles não se sentem
representados por Ernesto Roller no governo (consideram Roller cota pessoal de
Caiado) e ficaram ainda mais insatisfeitos com o prestígio que Lúcia Vânia recebeu
já na entrada ao governo – Lúcia foi recebida com pompa e ainda recebeu a Secretaria
com a “porteira fechada”, como se diz na analogia rural.
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