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Na ocorrência, policiais registraram que Onivaldo era alvo de criminosos da facção criminosa Comando Vermelho

Advogado de Goiânia acredita que seria morto pelo CV por engano

04/09/2019, às 00:02 · Por Pedro Lopes

O advogado criminalista envolvido em uma ocorrência policial no último dia 27, no Setor Bueno, em Goiânia, diz acreditar que poderia ter sido morto por engano pelo Comando Vermelho. O caso se refere à ocorrência que antecedeu uma ação registrada como confronto contra a Polícia Militar (PM) que terminou com a morte de Onivaldo Rodrigues da Mota, de 33 anos, em seu apartamento na Avenida T-36, no referido setor. O advogado em questão pediu para não ser identificado. A informação é do jornal O Popular. 

Na última terça-feira, 27, o advogado conta que havia acabado de chegar de uma viagem, foi à casa de um familiar na mesma região e em seguida foi ao seu escritório. No início da noite, conta ter sido procurado por um policial da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam). O policial, então, disse a ele que havia prendido na região da T-63, Setor Bueno, um suspeito que alegava estar ali com o objetivo de cometer homicídio, e que junto com ele havia uma foto do carro do advogado.

O suspeito em questão que havia sido preso é Guilherme Mael Bitencourt Ribeiro, de 20 anos. A polícia diz que em patrulhamento se deparou com um veículo com três indivíduos, sendo que dois deles conseguiram correr. Conforme a PM, Guilherme estava com uma pistola e um kit rajada (que faz aumentar a frequência dos disparos).

Segundo o advogado, os militares explicaram que com o suspeito também encontraram a foto de um homem, que era Onivaldo, e da fachada do prédio onde ele vivia. “Eles me mostraram a foto do meu carro e falaram que a foto do carro estava a mão de um cara que queria matar alguém”, disse. Segundo o advogado, os policiais teriam pesquisado o dono do veículo e viram que não era ele o homem da outra imagem, depois identificado como Onivaldo.

Em um vídeo gravado por militares, Guilherme fala que estava ali para matar “um cara num prédio porque ele estava mexendo com a mulher de um amigo”. O prédio seria onde vivia Onivaldo. No vídeo, então, Guilherme fala em um homicídio. No registro da ocorrência da PM, consta que ele e os comparsas pretendiam cometer dois assassinatos.

O advogado mostrou à reportagem a foto apreendida pela polícia que mostra um carro que seria de Onivaldo entrando na garagem do prédio do homem. Passando pelo local, no exato momento em que a foto foi tirada, estava o carro do advogado, que teve a placa identificada na fotografia. O ângulo em que a foto foi tirada deixa em evidência o veículo do advogado. O criminalista conta que chegou a se encontrar com os militares que efetuaram a prisão de Guilherme, para entender o que havia acontecido. Segundo ele, os militares perguntaram se ele possuía algum cliente envolvido com tráfico de droga, ao que o profissional explicou que não. No dia seguinte, ao falar da ocorrência, a PM dizia acreditar que o advogado de fato estava na situação por um engano.

Facção

Na ocorrência, policiais registraram que Onivaldo era alvo de criminosos da facção criminosa Comando Vermelho. O homem já foi condenado a 10 anos de prisão por tráfico de drogas. Conforme reportagem da semana passada, homem já ficou preso na Penitenciária Odenir Guimarães (POG), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, especificamente na ala C, local dominado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele já teria sido conhecido por ser responsável pelo tráfico de drogas em Trindade no começo da década, e atualmente teria negócios na capital.

Onivaldo foi morto em ação registrada como confronto contra a PM. A polícia alega que após avisar o advogado foi ao apartamento de Onivaldo avisá-lo que poderia ter sido alvo de uma tentativa de homicídio.

Na semana passada, a reportagem questionou o chefe da equipe envolvida no ocorrência, o tenente Vorigues Messias de Castro Júnior, que afirmou que os policiais ficaram no apartamento de Onivaldo de 30 a 40 minutos. Inicialmente, ele havia dado um relato diferente. “Como ele era um cara cheio de guerras, a gente bateu na porta, ele veio para destrancar. Quando ele abriu a porta, ele deu um passo para trás e atentou contra a vida dos policiais. Houve o revide e ele foi alvejado”, disse.


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